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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Horizonte

http://www.flickr.com/photos/bedavid/2501438589/

...Tinha saído de uma floresta e me deparado com o Sol em todo seu esplendor. Uma imensidão ao meu redor e um belo horizonte inteirinho só para mim. Campos verdejantes que a relva dançava sob a batuta do Senhor Vento e as aves bailavam de um lado para o outro suavemente em incríveis acrobacias...

A campainha tocou. Eu estava esparramada no sofá vendo de ponta-cabeça o céu azul pela janela. Era a Carol, uma amiga que conheci no primeiro dia de faculdade. Parecíamos velhas amigas e começamos a nos ver todos os dias desde então.

– Olá! Como vai? Que cara de sono é essa?

– Um amigo meu veio aqui ontem e fizemos um jantar. Amigo de infância.

– Amigo de infância, hein... Deu aquele beijo que deveria ter dado anos atrás.

– Pare de brincar – disse com firmeza e pude contar como nos reencontramos. Ela insistia em dizer que omiti alguma parte, mas era tudo.

– Depois que ele serviu uma bandeja do seu conhecimento ficou toda encantada.

– Era um amor infantil e ingênuo. Todo mundo tem. É normal. Vamos dar uma volta pela avenida? Esta um dia tão bonito – puxei-a pelo braço e fomos.

Nos finais de semana, a avenida fica cheia de pessoas que vão caminhar, comer e beber algo ou apenas se divertir com os amigos.

Nós andávamos lentamente. Carol ia tagarelando sozinha. Eu não lhe dava ouvidos e não queria que ela estivesse ali. Estava absorta em meus pensamentos.

O destino é algo predeterminado. Nós não o escolhemos, ele que faz nossas vidas. Jamais imaginaria que reencontraria Fernando e ele menos ainda. Mudei de cidade. E o destino chega para nos inquirir, refletir. É uma segunda chance de fazermos o que deveríamos ter feito e não fizemos por medo, insegurança, porque não tivemos tempo ou porque ele quis assim. Podemos consertar, fazer como planejamos ou deixar escapar mais uma vez e nos arrependermos para sempre.

...Vi no meio daquelas planícies relvadas Fernando surgir. Nos olhávamos felizes e determinados, enfim, juntos!

– Mariana, vamos embora?

– Hã? Falou comigo?

– Perguntei se podemos ir embora.

– Ah... Sim. Vamos.



Esta história é o terceiro capítulo de "Reencontro", a primeira parte publicada na Samizdat de outubro, e mensalmente é postado um novo capítulo sem data prevista para terminar. Não perca no próximo mês!

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