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domingo, 21 de dezembro de 2008

Soneto

Marcia Szajnbok

gosto de pensar que sou um ser aquático
que nasceu em terra firme por engano
e que um dia cada pedaço do que sou
retornará ao seu lugar, que é o oceano

gosto de supor que dentro de mim exista
uma concha, um caramujo, algum coral
e que este sangue que tenho hoje vermelho
ficará um dia transparente, só água e sal

é um conforto imaginar-me assim
percorrendo mares, levada nas correntes
na espuma branca das ondas, diluída

no ilimitado das águas encontrarei enfim
a profundeza inusitada e azul da liberdade
que tanto persegui por toda vida

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1 comentários:

Olá Marcia. Sei que já faz tempo que postou estes sonetos, mas sempre vale a pena lê-los, apreciá-los e, eventualmente, aperfeiçoá-los.

Sem parecer rude, apenas gostaria que você notasse que a maioria dos versos está fora das métricas usuais de um soneto: 10 ou 12 sílabas poéticas. Alguns tem 10, outros 11, 12, 13...

Outro ponto são as rimas. Às vezes, alguns versos não formam rimas, que é um traço essencial de um soneto, independente da sequência em que a rima aparece.

Obviamente, existem novos paradigmas artísticos, inseridos pelo imaginário moderno, em que as 'formas exatas' podem ser 'atenuadas' ou até destruídas, onde um soneto - por exemplo - poderia ter mais ou menos sílabas, rimar ou não.
Mas eu considero importante o domínio inicial das técnicas, para só depois efetuarmos modificações.

Apenas isso, como uma dica de melhoria, para que você se atente a essas características dos sonetos.

Espero que eu não seja levado a mal, se é que esse comentário seja lido realmente.

Abraço e boa sorte.

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