Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

sábado, 1 de novembro de 2014

Derrame

arrefecido
pela corrosão
dos sonhos
vedo-me
nas violetas

ergo-me oco
aos espectros
das recordações
com a desestrutura
molecular
de quem
apieda-se
imundo

- em tempos idos
houve
o despreparo
a escancarar-me
saturnino -

o definhamento
dos gestos
entorpece-me
na insônia
até onde
o berro não se atreve

pinchado
de uma carcaça
morfética
noutra orbe
lancinante
acomodei o afeto
na senda
do jamais

empalecidamente
obsidiado
pelo ressequido
talento
de ser a magistral
insignificância
margeio-me
por vestígios

- feito uma marionete
arregaçada
pelo derrame
batizo no sangue
a anímica
desconsolação -

sacramento-me
à vidência
encardida
o conformismo
da impassibilidade

debruço
sobre as hienas
embuçadas
o remorso
de uma letárgica
vivência

vinga-se
na minha sede
a pesarosa
síndrome
do óbito longínquo

cair em si
pela caótica
hipótese
de ser além.

[Prometheus, Ferdinando Gregori, 1786]

Share


Bruno Bossolan
Nasci em 25 de junho de 1988 e resido em Capivari, interior de SP. Sou Cronista e Redator do Jornal O Semanário. [www.osemanario.com.br] Autor dos Livros: N(ó)stálgico (Poesias, 2011 - Paco Editorial) - Barbáriderna (Poesias, 2012 - Editora Penalux), com participação também em mais de 10 antologias poéticas. Autor da Peça Teatral “Destroços do Martírio” (apresentada no Mapa Cultural de SP na cidade de Porto Feliz – 2008/2009).
todo dia 01


0 comentários:

Postar um comentário