Desencanta-me a superfície polida do dia,
a lembrança vazia,
o verbo,
o passivo sujeito
Não encontro substantivo em jeito
Ir de compasso, marcar o passo,
ir como quem despe o fa(c)to no acto,
ao correr da vida, no espaçar solto dos ritmos,
como quem vê e não se sabe de ser...
Desencanto-me
Cima-abaixo, não me sou
No sim, no não, até no tão,
igual normal misteriosa periferia vou,
não me acho
Vazia a procura
Muda a promessa
Na pressa, o mundo é círculo de gritos
Desencanto-me
O tempo passa a troçar, em baile de redemoínhos,
em vórtices de iue saem campos e rios
e palavras e pessoas
O tempo nada me diz
Imperfeito motivo,
feito sem jeito substantivo...
Desencanto-me
sábado, 13 de junho de 2009
Desencanto
por José Espírito Santo
Seja o primeiro
0 comentários:
Postar um comentário