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quinta-feira, 1 de novembro de 2012



Vingar Sarajevo
Naheed Pschorr – 1992 – Editora Barramares.
Estados Unidos
(1960)
Sarajevo neste romance não é uma cidade, mas uma criança que foi abusada pelo próprio pai, o garoto Pavel, nascido na Iugoslávia e imigrante na Boston dos anos 90. A história que escandalizou a crítica quando publicada analisa “com profundidade a cultura do vício e da posse nos E.U.A, repleta de diálogos que nunca esperávamos ver publicados”, segundo o crítico Julian Cardoni. O relato aparentemente começa na casa da família e o horror dá lugar à compreensão com a enxurrada de palavras que são dirigidas ao garoto. No colégio, no parque da cidade, no supermercado, a figura do pai parece onipresente e onisciente. Está em todo lugar repetindo seus chavões, suas máximas, suas insinuações sexuais. O cenário exige uma predisposição moral do leitor para continuar a passar as páginas enquanto a autora guia-nos no que há de mais sórdido na alma humana. Na terceira parte do livro, Pavel-Sarajevo ensaia uma vingança que o leitor esperará com suor nas mãos até o fim. Será que vai chegar? Vingar Sarajevo é, de certa forma, uma história à antiga, com fundo moralizante. Para isso escolheu deliberadamente chocar.
Trechos:
“- Você tem um peixe-escorpião entre as pernas, impossível tocá-lo?” (Pág. 36)
“- Imaginai o corpo de um patriarca, de um santo, que nunca vai se decompor. Serei eu.” (Pág. 97)
“- A verdade e a ficção, filho, são o mesmo monstro de duas caras, copulando consigo mesmo indefinidamente.” (Pág. 111)
Tradutor: Bárbara Limonge.

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