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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Metapoesias por Ju Blasina

Ao Papel
Hoje não escrevo a mim nem a ti
Escrevo apenas
Ao papel
Pois sua existência assim o pede

Sua alva superfície clama
E em triste vastidão reclama
Por letras, riscos
Ou traço qualquer
Retilíneo ao paralelismo linear
Arrisco meros rabiscos em versos
De folhas ou poemas talvez

Escrevo, pois assim o papel pede
E linha a linha me toma
E paginando a vida mede
Sobre mim, reflito
Sobre você, palpito
Sobre o papel, escrito
Sua leitura é minha
Inspiração

Confesso
O eu-lírico não me é
E por vezes me atravessa
E não raro me impele
Só no papel sopro-lhe vida
E ao etéreo se eterniza
O sentimento que infere

Escrevo ao papel
Pois nele transcrevo a vida
E fora dele sou nada que a vida repele
No papel sou poeta que versa a própria pele


Quimera
Poesia é mais que letras em elo
De encadeamento arbitrário, ilusório cenário
Poesia é mais que meros signos adestrados

Mais que imagem, auditiva ou visual
Mais que um tom, de tinta ou som
Poesia é mais que relato ou autorretrato

Poesia é mais que ato ou reflexo
Mais que você ou eu. Poesia é e não é

Poesia é tudo (isso e aquilo) e além de.
— Ser poeta é ser Quimera

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Ju Blasina




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