Receba Samizdat em seu e-mail

Delivered by FeedBurner

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

DE PEDRAS E PERDAS


 
 
Uma pedra no meio do caminho
Interpôs-se na estrada do poeta.
Num ritual, regado a pão e vinho,
Ele percebe ser esta a sua meta.
 
A cada passo, surgia novo espinho.
Em cada trilha, havia outra pedra.
Mas ele sabe que herói é ser sozinho
E a cada tombo, um novo sonho medra.
 
É o Quixote, embriagado de moinho,
É o herói, movido a ilusões.
Se são verdades, loucuras ou paixões,
 
O que ele busca já está em seu caminho:
Um Riobaldo em meio aos sertões,
Ou a pedra, destino de milhões.

Share


Tatiana Alves
Tatiana Alves é poeta, contista e ensaísta. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido vários prêmios. É colaboradora da Revista Samizdat, já tendo escrito para os sites Anjos de Prata, Cronópios, Germina Literatura e Escritoras Suicidas. É filiada à APPERJ, à Academia Cachoeirense de Letras e à AEILIJ. Possui nove livros publicados. É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET / RJ.

todo dia 02


2 comentários:

Ah, gostei, Tatiana Alves! E lá vem Drummond, Cervantes, Rosa e, na combinação de tantos gigantes, a beleza do seu soneto. Parabéns!

Obrigada pela leitura e pelo comentário, Cecília! Sem dúvida, os que vc citou são grandes referências para mim. Gosto da imagem da trajetória de jornadas, demandas e utopias, ainda que às vezes as pedras surjam para dificultar. ;-)

Postar um comentário