Uma
pedra no meio do caminho
Interpôs-se
na estrada do poeta.Num ritual, regado a pão e vinho,
Ele percebe ser esta a sua meta.
A
cada passo, surgia novo espinho.
Em
cada trilha, havia outra pedra.Mas ele sabe que herói é ser sozinho
E a cada tombo, um novo sonho medra.
É
o Quixote, embriagado de moinho,
É
o herói, movido a ilusões.Se são verdades, loucuras ou paixões,
O
que ele busca já está em seu caminho:
Um
Riobaldo em meio aos sertões,Ou a pedra, destino de milhões.
2 comentários:
Ah, gostei, Tatiana Alves! E lá vem Drummond, Cervantes, Rosa e, na combinação de tantos gigantes, a beleza do seu soneto. Parabéns!
Obrigada pela leitura e pelo comentário, Cecília! Sem dúvida, os que vc citou são grandes referências para mim. Gosto da imagem da trajetória de jornadas, demandas e utopias, ainda que às vezes as pedras surjam para dificultar. ;-)
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