Hesíodo
trad.: Henry Alfred Bugalho
Filhos de Japeto e Clímene
(507) Japeto à virgem Oceânide de belos tornozelos
Clímene, desposou, e se deitaram no mesmo leito.
Esta gerou um filho, Atlas de vontade violenta,
Pariu o muito ilustre Menécio, Prometeu,
Artificioso e astuto, e o estúpido Epimeteu,
Que, desde o começo, trouxe males aos homens que se alimentam de pão.
Pois ele foi o primeiro a receber, modelada por Zeus, a mulher
Virgem. Ao orgulhoso Menécio Zeus de vasta visão
Precipitou do Érebo, atirando-lhe raio fumegante,
Por sua presunção e virilidade arrogante.
Atlas sustém o vasto céu sob violenta tortura,
Nos confins da terra, diante das Hespérides de voz harmoniosa,
Apoiando-o em sua cabeça e nos braços incansáveis;
Pois este destino lhe designou o prudente Zeus.
Atou com inquebrantáveis amarras Prometeu pleno de idéias,
Grilhões dolorosos passados em meio a uma coluna,
E sobre ele instigou uma águia de largas asas. Esta o fígado
Imortal comia, regenerando-se nas mesmas proporções,
Durante a noite, o comido de dia pela ave de largas asas.
O forte filho de Alcmena de belos tornozelos,
Heracles, a matou e repeliu o horrível sofrimento
Do Japetônida, libertando-o de seu tormento,
Não sem o consentimento do soberano Zeus Olímpico,
Para que a fama de Heracles Tebano fosse
Maior do que antes sobre a fecunda terra.
Com estes cuidados honrou seu notável filho e,
Ainda que estivesse irritado, mitigou-lhe a cólera que possuía
Contra aquele que desafiou a vontade do muito poderoso Crônida.
Mito de Prometeu. Criação da mulher
(535) Enquanto os deuses e homens mortais litigavam
Em Mecona, com ânimo resoluto, um enorme boi ele
Ofertou dividindo, tentando enganar a inteligência de Zeus.
Pois à carne e às gordas vísceras com banha
Sob a pele guardou, ocultas no ventre do boi,
E, aos brancos ossos do boi, com astúcia enganadora,
Ordenou, cobrindo-os, ocultos, com brilhante gordura.
Então se dirigiu a ele o pai dos homens e deuses:
“Japetônida, notável entre todos os soberanos,
Ó amável, com que parcimônia dividiste as partes de cada um!”
Assim falou, zombando, Zeus conhecedor dos desígnios imortais.
E respondeu-lhe Prometeu de curvo pensar,
Sorrindo de leve, não se esquecendo de sua astúcia enganadora:
“Zeus, o mais ilustre e poderoso dos deuses sempiternos,
Pega dentre os dois aquele que, em seu âmago, dita a vontade.”
Falou, pois, com pensamentos enganadores. Zeus, conhecedor dos desígnios imortais,
Soube e não ignorava o engano; mas antevia em seu espírito males
Aos homens mortais, aos quais deveriam se realizar.
Com ambas as mãos apanhou a branca gordura.
Irritou-se em seu íntimo, a cólera alcançou-lhe o espírito,
Quando viu os alvos ossos do boi sob astúcia enganadora.
Desde então, a estirpe dos homens sobre a terra aos imortais
Queima brancos ossos nos olorosos altares.
E àquele disse Zeus cumulador de nuvens, grandemente indignado:
“Japetônida, de tudo conhecedor dos desígnios,
Ó amável, não esqueceste de tua astúcia enganadora!”
Assim encolerizado disse Zeus, conhecedor dos desígnios imortais.
Desde então, lembrou-se sempre deste engano
E não deu o ardor infatigável do fogo nos freixos
Para os homens mortais que habitam sobre a terra.
Mas o enganou o bom filho de Japeto,
Escondendo o brilho que se vê de longe do fogo infatigável
Em um bastão oco. Então, feriu profundamente o espírito
De Zeus tonitruante e irritou-se em seu coração
Quando avistou entre os homens o brilho que se vê de longe do fogo.
E, em troca do fogo, preparou um mal para os homens:
Modelou a terra o ilustre Coxo
Semelhante a pudica donzela, por vontade do Crônida.
A deusa Atena de olhos glaucos cingiu-a e a adornou
Com um vestido de resplandecente brancura; cobriu-a desde a cabeça
Com um véu bordado por suas próprias mãos, maravilha de se ver;
E com coroas de erva fresca trançada com flores,
Atraentes, rodeou Palas Atena suas têmporas.
Em sua cabeça colocou uma coroa de ouro
Que o próprio ilustre Coxo cinzelou,
Trabalhando manualmente, agradando ao pai Zeus.
Nela gravou muitos ornamentos, maravilhas de se ver,
Monstros terríveis que o continente e o mar nutrem;
Muitos deles pôs — em todos se manifestava a beleza —,
Maravilhosos, quais seres vivos dotados de voz.
Após preparar com beleza o mal, em troca de um bem,
Conduziu-a onde estavam os demais deuses e os homens,
Enfeitada com adorno pela deusa de olhos glaucos de pai poderoso.
E um estupor se apoderou dos deuses imortais e dos homens mortais
Quando viram o escarpado engano, irresistível para os homens.
Dela descende a estirpe de mulheres femininas;
Dela descende a funesta estirpe e gênero das mulheres;
Grande desgraça que habita entre os homens mortais,
Não afeitas à funesta pobreza, mas à saciedade.
Assim como quando nas colméias abobadadas, as abelhas
Alimentam os zangões, agregados a más obras;
Aquelas, durante todo o dia, até o sol se pôr,
Diurnas, trabalham e produzem os brancos favos de mel,
Enquanto aqueles aguardam dentro, sob abrigo da colméia,
E recolhem em seu ventre o esforço alheio;
Assim, como mal para os homens mortais, as mulheres
Fez Zeus tonitruante, agregadas a obras
Terríveis. Outro mal lhes concebeu em troca de um bem:
Aquele que, fugindo do matrimônio e das inquietantes obras das mulheres,
Não desejar se casar, alcança a funesta velhice
Carente de auxílio, este com alimento insuficiente não
Viverá, mas, ao morrer, repartirão suas posses
Parentes afastados. Àquele que o fado do matrimônio alcança
E consegue ter uma esposa sensata e adornada de sabedoria,
Este, durante toda a vida, o mal se equivale ao bem
Constantemente. A quem sobrevier uma de funesta raça,
Vive incessante aflição no peito,
No espírito e no coração; e seu mal é incurável.
Assim, não é possível enganar nem evitar a vontade de Zeus;
Pois nem o Japetônida, o benevolente Prometeu,
Livrou-se de sua poderosa cólera, mas, sob tortura,
Apesar de astuto, enorme grilhão o detém.Extraído de "Teogonia"Texto Original
Θεογονία
Ἡσίοδος
(507) Κούρην δ᾽ Ἰαπετὸς καλλίσφυρον Ὠκεανίνην
ἠγάγετο Κλυμένην καὶ ὁμὸν λέχος εἰσανέβαινεν.
Ἥ δέ οἱ Ἄτλαντα κρατερόφρονα γείνατο παῖδα·
τίκτε δ᾽ ὑπερκύδαντα Μενοίτιον ἠδὲ Προμηθέα,
ποικίλον αἰολόμητιν, ἁμαρτίνοόν τ᾽ Ἐπιμηθέα,
ὃς κακὸν ἐξ ἀρχῆς γένετ᾽ ἀνδράσιν ἀλφηστῇσιν·
πρῶτος γάρ ῥα Διὸς πλαστὴν ὑπέδεκτο γυναῖκα
παρθένον. Ὑβριστὴν δὲ Μενοίτιον εὐρύοπα Ζεὺς
εἰς Ἔρεβος κατέπεμψε βαλὼν ψολόεντι κεραυνῷ
εἵνεκ᾽ ἀτασθαλίης τε καὶ ἠνορέης ὑπερόπλου.
Ἄτλας δ᾽ οὐρανὸν εὐρὺν ἔχει κρατερῆς ὑπ᾽ ἀνάγκης
πείρασιν ἐν γαίης, πρόπαρ Ἑσπερίδων λιγυφώνων,
ἑστηὼς κεφαλῇ τε καὶ ἀκαμάτῃσι χέρεσσιν·
ταύτην γάρ οἱ μοῖραν ἐδάσσατο μητίετα Ζεύς.
Δῆσε δ᾽ ἀλυκτοπέδῃσι Προμηθέα ποικιλόβουλον
δεσμοῖς ἀργαλέοισι μέσον διὰ κίον᾽ ἐλάσσας·
καί οἱ ἐπ᾽ αἰετὸν ὦρσε τανύπτερον· αὐτὰρ ὅ γ᾽ ἧπαρ
ἤσθιεν ἀθάνατον, τὸ δ᾽ ἀέξετο ἶσον ἁπάντη
νυκτός, ὅσον πρόπαν ἦμαρ ἔδοι τανυσίπτερος ὄρνις.
Τὸν μὲν ἄρ᾽ Ἀλκμήνης καλλισφύρου ἄλκιμος υἱὸς
Ἡρακλέης ἔκτεινε, κακὴν δ᾽ ἀπὸ νοῦσον ἄλαλκεν
Ἰαπετιονίδῃ καὶ ἐλύσατο δυσφροσυνάων
οὐκ ἀέκητι Ζηνὸς Ὀλυμπίου ὑψιμέδοντος,
ὄφρ᾽ Ἡρακλῆος Θηβαγενέος κλέος εἴη
πλεῖον ἔτ᾽ ἢ τὸ πάροιθεν ἐπὶ χθόνα πουλυβότειραν.
Ταῦτά γ᾽ ἄρ᾽ ἁζόμενος τίμα ἀριδείκετον υἱόν·
καί περ χωόμενος παύθη χόλου, ὃν πρὶν ἔχεσκεν,
οὕνεκ᾽ ἐρίζετο βουλὰς ὑπερμενέει Κρονίωνι.
(535) Καὶ γὰρ ὅτ᾽ ἐκρίνοντο θεοὶ θνητοί τ᾽ ἄνθρωποι
Μηκώνῃ, τότ᾽ ἔπειτα μέγαν βοῦν πρόφρονι θυμῷ
δασσάμενος προέθηκε, Διὸς νόον ἐξαπαφίσκων.
Τοῖς μὲν γὰρ σάρκας τε καὶ ἔγκατα πίονα δημῷ
ἐν ῥινῷ κατέθηκε καλύψας γαστρὶ βοείῃ,
τῷ δ᾽ αὖτ᾽ ὀστέα λευκὰ βοὸς δολίῃ ἐπὶ τέχνῃ
εὐθετίσας κατέθηκε καλύψας ἀργέτι δημῷ.
Δὴ τότε μιν προσέειπε πατὴρ ἀνδρῶν τε θεῶν τε·
Ἰαπετιονίδη, πάντων ἀριδείκετ᾽ ἀνάκτων,
ὦ πέπον, ὡς ἑτεροζήλως διεδάσσαο μοίρας.
Ὥς φάτο κερτομέων Ζεὺς ἄφθιτα μήδεα εἰδώς.
Τὸν δ᾽ αὖτε προσέειπε Προμηθεὺς ἀγκυλομήτης
ἦκ᾽ ἐπιμειδήσας, δολίης δ᾽ οὐ λήθετο τέχνης·
Ζεῦ κύδιστε μέγιστε θεῶν αἰειγενετάων,
τῶν δ᾽ ἕλε᾽, ὁπποτέρην σε ἐνὶ φρεσὶ θυμὸς ἀνώγει.
Φῆ ῥα δολοφρονέων· Ζεὺς δ᾽ ἄφθιτα μήδεα εἰδὼς
γνῶ ῥ᾽ οὐδ᾽ ἠγνοίησε δόλον· κακὰ δ᾽ ὄσσετο θυμῷ
θνητοῖς ἀνθρώποισι, τὰ καὶ τελέεσθαι ἔμελλεν.
Χερσὶ δ᾽ ὅ γ᾽ ἀμφοτέρῃσιν ἀνείλετο λευκὸν ἄλειφαρ.
Χώσατο δὲ φρένας ἀμφί, χόλος δέ μιν ἵκετο θυμόν,
ὡς ἴδεν ὀστέα λευκὰ βοὸς δολίῃ ἐπὶ τέχνῃ.
Ἐκ τοῦ δ᾽ ἀθανάτοισιν ἐπὶ χθονὶ φῦλ᾽ ἀνθρώπων
καίουσ᾽ ὀστέα λευκὰ θυηέντων ἐπὶ βωμῶν.
Τὸν δὲ μέγ᾽ ὀχθήσας προσέφη νεφεληγερέτα Ζεύς·
Ἰαπετιονίδη, πάντων πέρι μήδεα εἰδώς,
ὦ πέπον, οὐκ ἄρα πω δολίης ἐπιλήθεο τέχνης.
Ὥς φάτο χωόμενος Ζεὺς ἄφθιτα μήδεα εἰδώς·
ἐκ τούτου δὴ ἔπειτα δόλου μεμνημένος αἰεὶ
οὐκ ἐδίδου μελίῃσι πυρὸς μένος ἀκαμάτοιο
θνητοῖς ἀνθρώποις, οἳ ἐπὶ χθονὶ ναιετάουσιν.
Ἀλλά μιν ἐξαπάτησεν ἐὺς πάις Ἰαπετοῖο
κλέψας ἀκαμάτοιο πυρὸς τηλέσκοπον αὐγὴν
ἐν κοΐλῳ νάρθηκι· δάκεν δέ ἑ νειόθι θυμόν,
Ζῆν᾽ ὑψιβρεμέτην, ἐχόλωσε δέ μιν φίλον ἦτορ,
ὡς ἴδ᾽ ἐν ἀνθρώποισι πυρὸς τηλέσκοπον αὐγήν.
Αὐτίκα δ᾽ ἀντὶ πυρὸς τεῦξεν κακὸν ἀνθρώποισιν·
γαίης γὰρ σύμπλασσε περικλυτὸς Ἀμφιγυήεις
παρθένῳ αἰδοίῃ ἴκελον Κρονίδεω διὰ βουλάς.
Ζῶσε δὲ καὶ κόσμησε θεὰ γλαυκῶπις Ἀθήνη
ἀργυφέη ἐσθῆτι· κατὰ κρῆθεν δὲ καλύπτρην
δαιδαλέην χείρεσσι κατέσχεθε, θαῦμα ἰδέσθαι·
[ἀμφὶ δέ οἱ στεφάνους, νεοθηλέος ἄνθεα ποίης,
ἱμερτοὺς περίθηκε καρήατι Παλλὰς Ἀθήνη. ]
ἀμφὶ δέ οἱ στεφάνην χρυσέην κεφαλῆφιν ἔθηκε,
τὴν αὐτὸς ποίησε περικλυτὸς Ἀμφιγυήεις
ἀσκήσας παλάμῃσι, χαριζόμενος Διὶ πατρί.
Τῇ δ᾽ ἐνὶ δαίδαλα πολλὰ τετεύχατο, θαῦμα ἰδέσθαι,
κνώδαλ᾽, ὅσ᾽ ἤπειρος πολλὰ τρέφει ἠδὲ θάλασσα·
τῶν ὅ γε πόλλ᾽ ἐνέθηκε,—χάρις δ᾽ ἀπελάμπετο πολλή,—
θαυμάσια, ζῴοισιν ἐοικότα φωνήεσσιν.
Αὐτὰρ ἐπεὶ δὴ τεῦξε καλὸν κακὸν ἀντ᾽ ἀγαθοῖο,
ἐξάγαγ᾽, ἔνθα περ ἄλλοι ἔσαν θεοὶ ἠδ᾽ ἄνθρωποι,
κόσμῳ ἀγαλλομένην γλαυκώπιδος ὀβριμοπάτρης.
θαῦμα δ᾽ ἔχ᾽ ἀθανάτους τε θεοὺς θνητούς τ᾽ ἀνθρώπους,
ὡς ἔιδον δόλον αἰπύν, ἀμήχανον ἀνθρώποισιν.
[ἐκ τῆς γὰρ γένος ἐστὶ γυναικῶν θηλυτεράων,]
τῆς γὰρ ὀλώιόν ἐστι γένος καὶ φῦλα γυναικῶν,
πῆμα μέγ᾽ αἳ θνητοῖσι μετ᾽ ἀνδράσι ναιετάουσιν
οὐλομένης πενίης οὐ σύμφοροι, ἀλλὰ κόροιο.
Ὡς δ᾽ ὁπότ᾽ ἐν σμήνεσσι κατηρεφέεσσι μέλισσαι
κηφῆνας βόσκωσι, κακῶν ξυνήονας ἔργων·
αἳ μέν τε πρόπαν ἦμαρ ἐς ἠέλιον καταδύντα
ἠμάτιαι σπεύδουσι τιθεῖσί τε κηρία λευκά,
οἳ δ᾽ ἔντοσθε μένοντες ἐπηρεφέας κατὰ σίμβλους
ἀλλότριον κάματον σφετέρην ἐς γαστέρ᾽ ἀμῶνται·
ὣς δ᾽ αὔτως ἄνδρεσσι κακὸν θνητοῖσι γυναῖκας
Ζεὺς ὑψιβρεμέτης θῆκεν, ξυνήονας ἔργων
ἀργαλέων· ἕτερον δὲ πόρεν κακὸν ἀντ᾽ ἀγαθοῖο·
ὅς κε γάμον φεύγων καὶ μέρμερα ἔργα γυναικῶν
μὴ γῆμαι ἐθέλῃ, ὀλοὸν δ᾽ ἐπὶ γῆρας ἵκοιτο
χήτεϊ γηροκόμοιο· ὅ γ᾽ οὐ βιότου ἐπιδευὴς
ζώει, ἀποφθιμένου δὲ διὰ κτῆσιν δατέονται
χηρωσταί· ᾧ δ᾽ αὖτε γάμου μετὰ μοῖρα γένηται,
κεδνὴν δ᾽ ἔσχεν ἄκοιτιν ἀρηρυῖαν πραπίδεσσι,
τῷ δέ τ᾽ ἀπ᾽ αἰῶνος κακὸν ἐσθλῷ ἀντιφερίζει
ἐμμενές· ὃς δέ κε τέτμῃ ἀταρτηροῖο γενέθλης,
ζώει ἐνὶ στήθεσσιν ἔχων ἀλίαστον ἀνίην
θυμῷ καὶ κραδίῃ, καὶ ἀνήκεστον κακόν ἐστιν.
Ὥς οὐκ ἔστι Διὸς κλέψαι νόον οὐδὲ παρελθεῖν.
Οὐδὲ γὰρ Ἰαπετιονίδης ἀκάκητα Προμηθεὺς
τοῖό γ᾽ ὑπεξήλυξε βαρὺν χόλον, ἀλλ᾽ ὑπ᾽ ἀνάγκης
καὶ πολύιδριν ἐόντα μέγας κατὰ δεσμὸς ἐρύκει.