
Espanta a tristeza que aponta.
Espana a poeira dos dias
Que no ocaso desapontam.
Espanta o pranto, espantalho!
São teus os corvos e abutres
Que sobrevoam, lascivos,
O plantio de que nutres
Teu território macabro.
E quando não houver pranto
Nem pratos onde cuspir,
Olha pra cima e gargalha
Pois, se eles querem carniça,
Não te legam nem migalha.
Corta os pulsos, espantalho,
E espanta a covardia.
Teu sangue não é de barata,
Mas tua essência, já falha,
A que dentro ainda ardia,
Era o coração de palha.
Belo poema, Tatiana! Ritmo e desenvolvimento do tema envolventes, com escolha vocabular impecável. Parabéns!
ResponderExcluirMuito obrigada, Edelson! Um elogio seu é sempre muito bem-vindo!
ResponderExcluirPoesia é "pior" que fotografia, nada a falar. Li, gostei. Só.
ResponderExcluirOtávio Martins.
Tatiana, adorei o poema. Bem ritmado, combina beleza e força. Abraços, poetisa!
ResponderExcluirObrigada, Otávio e André.
ResponderExcluirUm abraço
Adorei!!!
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