foto: Raul Garré |
eu queria escrever um poema
que tivesse a cara da América Latina
a simplicidade do povo uruguaio
e a beleza de um tango argentino
que fosse andino
e pudesse ver o pacífico
e que fosse específico
ao relatar Benedetti e Neruda
eu queria escrever um poema
que pudesse servir de ajuda
aos índios exterminados do Pampa
e que também pudesse dialogar
com os Incas de Machu Picchu
dentro do seu tempo
eu queria escrever um poema
sobre a linha do Equador
e derramar o meu amor
como propôs Quintana
ao dedicar a sua vida à poesia
“Um poema como um gole d’água bebido no escuro”
só assim eu mato a minha sede.
2 comentários:
Daniel e suas mãos de tecer belezas simples. E o simples é tão mais difícil. Vejo seu nome, venho ler. Sei que sempre vai ser um prazer. Eu voei pelos lugares, como uma águia andina. E sei a sensação de um gole d'água bebido no escuro.
Puxa Cinthia, não sei mensurar o tamanho da minha satisfação ao ler um comentário como esse pela manhã! Busco a simplicidade em tudo o que faço, que bom que tu sentiu isso! um grande beijo e obrigado!!!
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