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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

só assim eu mato a minha sede

foto: Raul Garré

eu queria escrever um poema
que tivesse a cara da América Latina
a simplicidade do povo uruguaio
e a beleza de um tango argentino

que fosse andino
e pudesse ver o pacífico
e que fosse específico
ao relatar Benedetti e Neruda
eu queria escrever um poema
que pudesse servir de ajuda
aos índios exterminados do Pampa
e que também pudesse dialogar
com os Incas de Machu Picchu
dentro do seu tempo

eu queria escrever um poema
sobre a linha do Equador
e derramar o meu amor
como propôs Quintana
ao dedicar a sua vida à poesia
“Um poema como um gole d’água bebido no escuro”

só assim eu mato a minha sede.

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Daniel Moreira
Natural de Caçapava do Sul/RS, reside em Pelotas/RS desde 1996. Em 2009 publicou seu primeiro livro de poesias chamado "Poemas Urbanos". Foi coordenador por onze edições do Projeto Sarau Poético Musical da Bibliotheca Pública Pelotense. Faz parte do núcleo Poesia no Bar, projeto que distribui poemas de autores locais e regionais em marca-textos pelos bares de Pelotas. Mantém o blog poemas-urbanos.blogspot.com onde posta com frequência seus escritos mais recentes.
todo dia 05


2 comentários:

Daniel e suas mãos de tecer belezas simples. E o simples é tão mais difícil. Vejo seu nome, venho ler. Sei que sempre vai ser um prazer. Eu voei pelos lugares, como uma águia andina. E sei a sensação de um gole d'água bebido no escuro.

Puxa Cinthia, não sei mensurar o tamanho da minha satisfação ao ler um comentário como esse pela manhã! Busco a simplicidade em tudo o que faço, que bom que tu sentiu isso! um grande beijo e obrigado!!!

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