pinga-me o tesão. antecipar-te a
pronúncia. maciez proclamada no gemido. os dedos reluzem mistificações. a luz e
as formas abrasam os sentidos. rascunhos contorcidos. nossos corpos se
confrontam. a busca anseia liquefazer-se. salivar a comunhão desatinada. não
suportamos as margens. mergulhamos feito bestas endiabradas. contração dos
punhos. os ossos se lascam. torna-se vinho o sangue que nos aprisiona. o mundo
se basta no que somos. engatinhamos sobre navalhas. suor e silêncio rompidos.
vagueio sobre o cio. não tente escapar do meu ente. seus sussurros escondem o
mito. rasgo a égide e preces que te resguardam. escravizo sua Vênus. lambo seu
grelo antes que o crepúsculo interfira. escancaro minha sina. rasgar-te o
templo. seu queixo trepida luxúria. a boca anseia amputar-me. mastigo-te a alma
na incisão do olhar. suas unhas riscam minhas ilusões. nossas costas desmoronam
em arrepios. elevo-me mirando-te a desordem. a língua se entrega ao estrondo.
alargo-te os lábios. meu cacete nada nas suas vociferações. chupa-me como se o
mundo não se comovesse com as escoriações. uivo ao teto feito um lobo atroz.
segredos do equivaler. cravo até a garganta. lacrimeja sua inocência.
movimentos que não se controlam. rangidos hediondos. entrego-me novilho.
engula-me em fúria. denta-me a glande. explodo no berro. a saliva principia o
que de fato queremos. foder a carcaça. nossos corpos perfazem premonições. um
sobre o outro. sobe-me aos solavancos. sua arca agita-se em me guardar. escorre
de ti o que anseio beber. suas coxas imperam sobre meu instinto. vingança
premeditada. a boceta me devora no primeiro bote. perco-me de vez dentro de ti.
não há reino que nos suporte. a dicotomia exala perfeição. lua e sol extasiando
espectros. poética entrelaçada. minhas palavras enegrecidas. seus lábios
rosados. fervor estimulando infernos. telúrico gracejo. espasmos quiméricos.
amo-te enquanto cavalga sobre minhas cicatrizes. mais rápido. minhas mãos se
afogam nos seus seios. aurora despovoada. te beijo como nunca mais. incenso das
nossas peles. faiscamos átomos em vaivém cadenciado. o fogo cria a dimensão dos
nossos sonhos. meus dentes arquejam perfurar-te o peito. seu coração se debruça
sobre minha fome. renda-se à minha epígrafe. não se baste em mim. há
universos dentro dos meus ais que te coroam sublimações. enlaçar catatônico.
empesteio-me com seu fruto. giro-te num deslocar subversivo. monto sobre o
quadril que me faz delirar. a piedade é o instrumento do pavor. por isso
adentro-te em sanguinolência. o vermelho se torna nosso baque. embarcação das
gerações. seu útero clama ao meu pau pelo gosto da porra. não represento o
cintilar. pluma que te insere cuidados. grafo nas suas veias o poema. esguicho
ao seu desejo. semeio o acalento. seu corpo desmonta na minha emboscada. jamais
abandonarei o seu sorriso. sigilo incomensurável. nada mais nos comporta. nada
além me extasia. consagramos o desejo nalguma estrela. constelamos a distância
no versejar. você é a minha moradia. eu te quero no meu quarto de anomalias.
não sei estancar a pulsação anímica. você eclode sendo a minha salvação.
amazona da ânfora inquieta. sou seu nada adocicado na animalidade de cada dia.
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