Havia no sítio um grande galo que me acordava
todas as manhãs. Seu canto era forte que ecoava por todos os lados. Não somente
seu canto era forte, era um belo galo. Eu não sentia preocupação ao vê-lo por
perto, sabia que se ele estava por perto, eu estava bem guardado. Até que uma
raposa entrou no galinheiro, sorrateira. Ela matou e comeu várias galinhas e
pintinhos. O galo acordou e travou uma luta feroz com a raposa. Assustado com
tamanha algazarra, levantei e fui ver o que estava acontecendo. O que vi era
desolador. Um galo e uma raposa brigavam furiosamente em meio à penas e aves
mortas. Ao chegar perto da raposa, o galo avançou contra mim, como se dissesse
que aquela luta não era minha. Peguei a raposa e expulsei-a do sítio, mas o
estrago era maior. Todas as galinhas foram mortas. O galo olhou para mim com
raiva. Então, passou a cantar cada vez mais tarde. Comecei a sofrer atrasos, a
acordar tarde sem o canto do galo. Comprei mais galinhas para que tudo voltasse
a ser como era. Mas antes ele deixou bem claro: eu jamais deveria entrar no
galinheiro novamente. No dia seguinte a raposa apareceu morta na porta do
galinheiro. O galo agora canta tão alto que o sol parece sentir medo quando
nasce por cima da colina, ao longe.
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