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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Ao carinho

levou-me o deslumbre passear pelo pavor,
nonde os desertos foram sucateados por estragos.
aceito a procura nessa cisma de se enjaular o reino,
não me envergonha o espírito talhar aspirações por quem jamais permaneceu. 
perambulo desconexo entre os desdéns irradiados ao alento que me faltou.
ser inconstante em meu corpo não se faz uma elevação prodigiosa,
ainda tísico me lubrifico com a saliva,
equivoquei-me dos ossos às cinzas.
ponderando sob a eternidade num covil de cinismo,
movimentos não selados,
silêncio amuado, dissimulações veneradas,
feito um missionário da infâmia
roguei pelo compadecimento.
os vestígios luminosos na essência
e a vontade de ter o olhar aprisionado
no desejo de cada suspiro
não passaram de uma veneração ao descartável,
faltou-me tato para humanizar o embrusco.
mesmo sendo inaugurado pelo recato da hostilidade,
o carinho me veio
como um diabo retalhado...
fodeu-me nos becos
com medo de se apaixonar.


Imagem: Sasha Berg

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Bruno Bossolan
Nasci em 25 de junho de 1988 e resido em Capivari, interior de SP. Sou Cronista e Redator do Jornal O Semanário. [www.osemanario.com.br] Autor dos Livros: N(ó)stálgico (Poesias, 2011 - Paco Editorial) - Barbáriderna (Poesias, 2012 - Editora Penalux), com participação também em mais de 10 antologias poéticas. Autor da Peça Teatral “Destroços do Martírio” (apresentada no Mapa Cultural de SP na cidade de Porto Feliz – 2008/2009).
todo dia 01


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