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quinta-feira, 4 de abril de 2013

Coerência


No dia marcado, foi com seus colegas de faculdade à grande marcha pela descriminalização da maconha.

É uma escolha pessoal; não a dele, mas certamente não do Estado. Além disso, tinha lido muito sobre o assunto: há diversas culturas indígenas que utilizam não só a maconha, e até mesmo a folha da coca, em rituais sagrados, em transes que remontavam a milênios. E ele sempre se entusiasmou com a sabedoria popular e milenar dos povos pré-colombianos.

Ora, pensou, o governo poderia taxar a droga, ao torná-la legal. Afinal, não é isso que vem sendo feito com a indústria tabagista, alimentando o Estado com altos impostos, às custas da ignorância da população, que consome seus produtos reconhecidamente tóxicos e mortais?

E foi assim que, no mesmo dia, ao voltar para casa, assinou uma petição pelo banimento da indústria tabagista.

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Fabio Bensoussan
Nasceu no Rio de Janeiro (1973) e hoje mora em Belo Horizonte, com sua esposa e os dois filhos. É procurador da Fazenda Nacional e recentemente começou a escrever contos e a traduzir textos literários.
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