Contos preguiçosos


Rui, metido a escritor. Preguiça de palavrear.
A história que fique por conta do leitor.

O PM Sá comia palavras, descomia regras. 
Abordava só com vil olhar. Levou  tapa do cego.

Bia pagou o chaveiro com cheque sem fundos. 
Belo dia:  não encontrou as joias na gaveta.

Ari entrou para o quartel dos paraquedistas. 
Era gago até para rezar.  Não viveu para o segundo salto.

Lis e o marido viviam grudados, uma coisa só.
Ela sentiu forte dor no peito e enviuvou na hora.  

Brás pegou a mãe transando com o padeiro anão. 
Até hoje vive com o pai. Na mesma cela.

O sol raiou nos olhos embotados de Zé. 
A insônia foi dormir e ele saiu atrasado para o serviço. 

Teo foi para cama com Ruth. Bateu soberba.
Gostou do tigrão, hein, gata? Asma, disse ela.

E  Rui teclou: "Fim".  Escrever dá trabalho.
Quem quiser que se lixe, que se inspire, que se divirta. 

Comentários

  1. Zé, o melhor de tudo foi ler com um leve sotaque lusitano que ainda trago da visita à filha no Porto. Adorei, especialmente o "que se lixem". Saudadinha da filha já. Bjão. Parabéns!

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  2. Bem... Preguiça dessas eu também quero! Dessas que produzem mini textos assim. Gostei de todos, dei risada com o da asma. Sou asmática, daí imaginei a cena...

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  3. Obrigado Toninho e Cinthia. Em nome do Rui. Ele tem preguiça de agradecer.

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  4. Quem é você, e o que fez com o José Guilherme Vereza e os saborosos e picantes contos dele? :)

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  5. Abri o texto, li, curti, e, Fui... Réjo Marpa

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