…e no
momento em que chegamos em sua casa, uma casa que eu já havia
conhecido, lembrei de tudo o que eu havia visto ali. Os quadros de
sua família, os rostos de antigamente, os móveis, os quartos, a
cama que já havíamos partilhado. Eu estava feliz de estar ali
novamente. Andei pela casa toda, revendo tudo o que estava em minha
memória. Ela nada disse nem foi comigo. Ao voltar, vi que ela era
familiar, seus modos, seu jeito de falar, andar, pegar na minha mão
e beijar, não só a sua casa nem os quadros de sua família, os
rostos de antigamente, os móveis, os quartos, a cama que já
havíamos partilhado. Levei as mãos para o seu rosto e comecei a
acariciá-lo, sorrindo por ter novamente familiaridade. Por aqueles
segundos, eu senti que fazia parte de sua vida, como os quadros, as
pessoas de antes, os móveis, os quartos, a cama. Todas essas coisas
disseram-me que faziam parte dela e que estavam felizes por eu tê-las
reconhecido. Agradeço por saber que o amor traz consigo tantos
detalhes que animam um sentimento, e não lamento se ele acabou ou
não...
1 comentários:
Que texto bonito, Rafael. Cheio de um sentimento suave de saudade. De uma volta a si mesmo, mesmo que por pouco tempo.
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