elevo-me às circunstâncias
de um passado desonesto,
fulguro ocultamentos
na tentativa
de restaurar
o que foi trincado pelo inevitável
não enxergo as estrelas esbravejadas
nesse céu depreciado,
um esquecimento que não prevalece vivo,
não permanece faminto
e parece não querer mais um resgate
para ruminar
a frialdade desconexa
de outro abate
meus latidos assustam
quem não se acostumou
com a degeneração
aterrorizo-me na vergonha,
julgo minha aparência
não merecedora
das levezas oniscientes
são travas prospectadas
para me empoeirar
nos coquetéis da rejeição,
não me aceito
com essa insegurança
de indignidade retalhada
por amor ao sagrado
que me sangra,
não abusarei
dos meus escândalos
antes do covil
dessacralizar-me oblívio
da anatomia pulverizada
ao desajuste refratário,
mensuro o anestésico labirinto
...
há em carne viva
o desamparo do afastamento
cavouco reatamentos
até quando a gastura
elege-me abominação
no desvencilho do coser,
as mãos empedram
no cuidado
a tentativa do grunhido
esgueira-se no dorso
concomita o augúrio,
arar rastros
na desertificação
do abraço
meu sonho em matéria
é o passeio num longe
de afanadas incompetências,
propago
no quase
conforma-se
no revés
o silente
prenúncio,
reprimo-me.
Imagem: Desconheço o Autor(a) / Retirada do Tumblr
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