manifestação constante dos coágulos não
estourados. ínfima alucinação banhada em progênie fresca. ruminações rangidas
na medula espinhal. sustentáculo do elixir vital. as hesitantes mãos formigam.
o peso do mundo tomba sobre a nuca. sintonia coroliforme. ativação dos vinte e
dois caminhos cabalísticos. árvore dual que conhece a si mesma. sabedoria
própria da existência aterrada. há um abismo de transmutações graduais para se
atingir. a pureza transcreve a criação em intentos. ascender uma faísca a mais
do que aquele que me ensina. arrepios da insistência nos manuscritos.
pronúncias violentas são filtradas pela tenuíssima glândula pineal. manuseio
cada palavra com o cuidado materno de parir estrelas. enxerto de estéreis
retóricas no epinício inartificioso. fluxo contínuo de informações. desapego-me
do crástino. reverencio a inebriada vastidão florescente. o pão da caridade me
é ofertado. represento as cintilações que afetam os sentidos por meio dos
pensamentos. elas se obram dentro de cada espaço onde quer que granem. então o
mito se finca cetinoso. o rebento é tão antigo que me reprimiu numa devastação
inenarrável. a beleza parece não ter me presenteado com seus moldes aceitáveis.
levezas e puríssimos cantos me foram negados antes de ser amamentado.
sacrifico-me a cada instante procurando fugir para as consternações. enalteço a
convivência do tato com o delírio. frágil é o meu dramático modo de rasgar os
olhos com as unhas encardidas do desprezo. criei dentro de um mundo outro mundo
de anomalias convulsivas. sei que na palavra sou mais um decreto fractal. na
verdade escrevo porque preciso desse deus-movimento que não cessa. dessa
minúscula centelha que se ribomba em micro-eco. domador das incertezas
espalhafatosas antes do regresso na avidez desconfortante. do macro-afélio cabe
a ele revelar-se na hora em que achar conveniente. não me espero propício para
carregá-lo nessa jornada. tenho-o entre os dedos onde o tempo se perde incauto.
uma camaradagem de impulsionar-me pelas frestas que reluzem pouquíssimas
chances. tentar-me ao seguir. povoando partículas prerrogativas ao desvinculo
animal. gênese do pluricelular. transmito incandescências ao surtir efeito.
destino meu ofício. prazer dos banimentos contemplativos. engolir caminhos.
morrerei pela ambição de ser mais do que posso. não me consolo na penumbra como
um bom açoitado o faz. abraço o negrume e me faço da mesma matéria. não me
concretizo na cicatriz antes que ela sangre o que deveria ter expurgado. é
errado não fazer parte de alguma coisa morta e descabida. o meu querer
dana o louvor. espalho cartazes dizendo que a verdade não doerá depois da primeira
incisão. fui domado pelo cheiro do verbo que desmembra manhãs sarnentas na
neblina do descaso. o líder religioso do último sinal para calar o rebanho.
lambo a doce ferida que salienta-se reinar no fim. crava em minhas costas a
predição da colheita. mas tudo isso é uma desculpa psicoplasmática recorrente
do meu medo em ser sincero. cerimônia em meio ao nada para restabelecer a
derradeira calmaria. escrevo numa verdade de arrogar todos os deuses. amo o
corvo de olhos lunares que me ensinou a debulhar as ventanias da eternidade.
[Adam Tan] |
0 comentários:
Postar um comentário