Balada da Negra Noite
Negra Noite, Negra Noite És de sonho Nada podes Contra o insone dia Teus olhos escuros E o cabelo de constelações São devaneios Para o poeta Negra Noite, Negra Noite És breu Tão pouco fazes Sombra ao radioso sol A ti o poeta dedica O tempo do ócio As horas perdidas O vão das ideias Negra Noite, Negra Noite Contigo deitam as estrelas Grávidas de luz Cheias de eternidade No mar espelhas teu rosto A historia do tempo E do amor à poesia Tão cheia de sons Negra Noite, Negra Noite Sendo tudo, és nada Que o dia o poeta mantém Em dourado laço Não reges o campo Nem o trabalho És apenas o espaço Descanso dos encontros Negra Noite, Negra Noite Não te acanhes, tão pouco... Hás de ser sempre desejo Do que não esconde o dia E teu corpo arrefece o solo Desfaz securas Espreita o tempo Para pensar o amanhã Negra Noite, Negra Noite Espera o cometa Que te rasgue as entranhas Sem olhar para trás O dia encobre ainda o poeta É dele o sono e o acordar Como a foice e a pena Tangíveis, amarrados às mãos Negra Noite, Negra Noite Desce teus olhos sossegados O bem ao coração retorna Sonhar é tua sina Ao dia deixa as roupas no varal A colheita da fome O caminhar da vida A espera da morte.
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