rega-se
o
recôncavo
das
contrações
com
o insolúvel
seio
às
vertentes
apenas
o pesar
de
suas capitalizações
hereditárias
em
assombrosa
rudeza
o
estatelado organismo
afleuma-se
a
incredulidade
mareia-se
na
tormenta
corpos
são levados
pela
egóica
correnteza
a
desconstrução
do
ópio
pelo
midiático
torpor
prenuncia
toxicidade
a
extinção
das
espécies
valoriza-se
nas
cédulas
minimizam-se
os
estragos
na
abundância
do
consentimento
o
pó
exacerba
melindres
no
contratempo
da
sede
enxutos
são
os atrevimentos
passeando
sobre
a
gleba
escorrem-se
na
insensibilidade cutânea
os
paliativos
esgarçamentos
a objetificação
da
sanidade
ameniza
os
cadáveres
peitos
escavados
garoam
a
oblíqua
pretensão
contorcem
as
línguas
na
distribuição
impura
da
soberba
aprofundam
a negligência
no
labiríntico encanamento
das
percepções
protelar
o
socorro
aos
que carecem
de
fluidez
no
deságue
das
pedreiras
é
a lancinante
sujeição
grafar
em
suas veias
as
promessas
de
uma imorredoura
falácia
deus
ex machina
encorpora
nas
mãos
em
conchas
o
cardo
vegetativo
engolir
em seco
a
causa mortis
dos
tributos
liquefeitos
mendigar
a
gotícula beatificada
dos
credos insuportáveis
por
tamanha
injúria
é
o contentamento
das
represas
estouram
os
olhos
afeitos
às
barragens
do
progresso
a
mudez
clama
ao patriarca
para
que não enlameie
o
zigoto
de
suas predestinações
o
refúgio
da
aridez
abriga
os bichos
de
bolsos vazios
comercializa-se
desespero
em
virtude
do
escândalo
edificado
pela
cobiça
jorra
entre
os dentes
a
irreconhecível história
do
bípede cativo
a
biodiversidade
é
excomungada
do
relicário
capitalizado
a
necessidade
básica
é
angariar fundos
para
o sétimo selo
imbatível
presunção
que
deslumbra
a
miséria
do
singelo
a atrocidade
tolera
as ninharias
as ninharias
da pobreza
orações
esquecidas
lacram
em
anonimato
o
horror
1 comentários:
Bruno, meu caro, parabéns pelos versos. O que houve em Mariana é tão indizível que talvez a poesia seja um dos meios mais eficazes para explanar o que ocorre em nosso país... Esse descaso com a vida é de uma imoralidade lamacenta, tóxica. Seu poema é um grito social que ecoa não apenas sobre Minas Gerais, mas sobre os crimes praticados contra a natureza e contra o homem em todo o planeta. Muito bom!
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