Seguem alguns breves textos da coluna Colcha de Retalhos, homônima do livro que está disponível gratuitamente AQUI:
MERCADO ILÓGICO
Antes de espatifar-se ao chão, já era novamente um milionário
ESPLENDOR
A sala era divida em 4 blocos, que, por sua vez, eram divididos em 4 cubículos. Apenas a sala do chefe, separada da outra, tinha janelas - que de nada adiantavam, uma vez que não se abriam e que eram cobertas por uma película escura.
Os cúbiculos estavam ocupados, com exceção de um. Discutiu com o chefe e pediu demissão, não aguentava mais. Dizem que foi porque um dia teve que sair um pouco mais cedo, para levar o filho ao dentista, e, só então, depois de anos, reparou que o mundo não era cinza como na hora em que saia de casa ou na hora em que voltava. Com um sorriso reluzente, comentou com o filho: "o mundo é amarelo".
O BAÚ
E ela foi até o quartinho dos fundos. Em um canto escuro e empoeirado, encontrou o velho baú.
Levou o baú até a sala e começou a redescobrir tudo que estava ali guardado há anos. Tinha ali um sorriso sincero, que já estava amarelado pela falta de uso. Havia também uma porção de otimismo infantil, que - apesar de serem infantis - eram pelo menos dez vezes maiores do que os adultos. Também brincou um pouco com os sonhos, fantasias e ilusões. Encontrou até alguns medos, mas algumas peças tinham sumido com o tempo.
O velho baú rendeu bons momentos. Mas ao final da tarde, ela recolheu tudo do chão, fechou o baú e colocou-o de volta no canto escuro e empoeirado. O sorriso, amarelado, acabou ficando esquecido debaixo do tapete.
DESESPERANÇA
Haviam começado o namoro havia pouco tempo. Sorrisos, bicos, charmes e birras. Apelidos fofos e juras de amor.
Foi quando ele escreveu a carta de despedida, com a certeza de que a entregaria em breve. Sabia até os motivos da separação. Tinha tudo anotado, explicado, em palavras friamente selecionadas.
Nunca teve a chance de entregá-la.
MERCADO ILÓGICO
Antes de espatifar-se ao chão, já era novamente um milionário
ESPLENDOR
A sala era divida em 4 blocos, que, por sua vez, eram divididos em 4 cubículos. Apenas a sala do chefe, separada da outra, tinha janelas - que de nada adiantavam, uma vez que não se abriam e que eram cobertas por uma película escura.
Os cúbiculos estavam ocupados, com exceção de um. Discutiu com o chefe e pediu demissão, não aguentava mais. Dizem que foi porque um dia teve que sair um pouco mais cedo, para levar o filho ao dentista, e, só então, depois de anos, reparou que o mundo não era cinza como na hora em que saia de casa ou na hora em que voltava. Com um sorriso reluzente, comentou com o filho: "o mundo é amarelo".
O BAÚ
E ela foi até o quartinho dos fundos. Em um canto escuro e empoeirado, encontrou o velho baú.
Levou o baú até a sala e começou a redescobrir tudo que estava ali guardado há anos. Tinha ali um sorriso sincero, que já estava amarelado pela falta de uso. Havia também uma porção de otimismo infantil, que - apesar de serem infantis - eram pelo menos dez vezes maiores do que os adultos. Também brincou um pouco com os sonhos, fantasias e ilusões. Encontrou até alguns medos, mas algumas peças tinham sumido com o tempo.
O velho baú rendeu bons momentos. Mas ao final da tarde, ela recolheu tudo do chão, fechou o baú e colocou-o de volta no canto escuro e empoeirado. O sorriso, amarelado, acabou ficando esquecido debaixo do tapete.
DESESPERANÇA
Haviam começado o namoro havia pouco tempo. Sorrisos, bicos, charmes e birras. Apelidos fofos e juras de amor.
Foi quando ele escreveu a carta de despedida, com a certeza de que a entregaria em breve. Sabia até os motivos da separação. Tinha tudo anotado, explicado, em palavras friamente selecionadas.
Nunca teve a chance de entregá-la.
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