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quarta-feira, 2 de julho de 2008

Soneto da Boa Morte

Por Carlos Alberto Barros


A vida foi a mim mais que suprema,
Se fez mais do que bela, mais que intensa.
E nessa tarda idade o tolo pensa
Que estou a caducar sobre tal tema.

Não julgue, ó sábio tolo, que o emblema
Que levas em teu peito te dispensa
Da vida, aos desamores, tão propensa;
Da marca, em teu espírito, da algema.

Contudo, desamores vêm de amores
E, saibas tu, que muitos tive eu,
Amando plenamente, sem favores.

Vai, liberta-te! Siga o exemplo meu!
E poupe da tua morte as fortes dores
De alguém que chega ao fim e não viveu.

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