Volmar Camargo Junior
Poetrix
MONÓLOGO
“abre aspas
Tenho dito.
fecha aspas”
FILA
“Ama
o teu próximo como a ti mesmo.”
— Ok. Próximo!
MODERAÇÃO
“Cu”, tudo bem.
“Merda”, também.
“Amor”, eu hein?
MITO
O que é, não sei.
Nunca vi, nem senti.
Mas existe.
GATA NO CIO
Manhosa
Dengosa
Goza.
RAPOSA
Era uma vez uma raposa
Conheceu um raposo
E acabou o conto de fadas.
UNIÃO
Sol e chuva, casamento de viúva
Chuva e sol, casamento de espanhol
Arco-íris, não tem casamento?
VADIAGEM
É manhã.
É dia.
E daí?
VERMINOSE
Estranhas estranhas
Entrando em tantas
Entranhas.
DOCE NOSTALGIA
Leite condensado, caramelizado
Com flocos crocantes
Coberto com o delicioso sabor do passado.
TRISTE PROBLEMA MENSAL
Irrompeu fúria, rasgou vestidos,
Derrubou pratos, quebrou mobília
Hormônios da mãe, hormônios da filha.
Poesia concreta
A pirâmide
Tudo
constrói
O mundo aqui.
O mundo lá, levanta-se
Para ver o que aqui acontece.
Aqui nada acontece há tanto tempo
que era melhor mesmo que o outro mundo
viesse para cá e terminasse com tudo de uma vez.
Manda chamar o outro mundo que esse aqui já deu!
2 comentários:
muito bons os poetrix, volmar! acho o máximo essa capacidade de dizer muito falando pouco!
Gosto muito, muito...
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