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terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O MENINO SOBE O MORRO


 
 
O menino sobe o morro
O morro sobe
O morro sabe
O menino morre todos os dias sem saber.
 
A miséria grassa
A miséria engrossa
A criança cala de dor
A criança cheira cola nas ruas sem odor.
 
Chove. Choram.
A chuva chora no morro
As crianças chovem na vida
E a tristeza desliza pelas encostas lentamente...

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Tatiana Alves
Tatiana Alves é poeta, contista e ensaísta. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido vários prêmios. É colaboradora da Revista Samizdat, já tendo escrito para os sites Anjos de Prata, Cronópios, Germina Literatura e Escritoras Suicidas. É filiada à APPERJ, à Academia Cachoeirense de Letras e à AEILIJ. Possui nove livros publicados. É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET / RJ.

todo dia 02


3 comentários:

Belo. Triste, real, mas belo. Tudo na medida certa.

Um perfeito retrato poético da nossa dura realidade. A tristeza deslizando pela encosta é uma metáfora/imagem marcante. Parabéns, Tati!

Obrigada, Cinthia e Edelson. Este poema tem trinta anos, mas continua atual.

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