(meu) Fim
A sombra da vida
Essência insensata
Ou certeza inata?
Verdade ingrata.
O caroço das coisas
E a casca também
O miolo do mundo
O fundo, o além
A cinza das horas
Do mal ou do bem?
O pouco de tudo
Faz louco de mim
O amargo interno
O etéreo eterno
O (meu) fim
BANQUETE
Sobre a bandeja de prata
Eu sou o prato
Nua e crua
Eu sou tua
Refeição
Sinta o aroma
Satisfação
A pele branca
De marfim
Toque o veludo
O cetim
Aprecie
Sacie
A fome
Sirva-se
Dentes e talheres
Sobre mim
Rasgue a pele
Corte a carne
Tenra
Beba o sangue
Quente
Saboreie
O líquido acre-doce
Que escorre de mim
Beba-me,
Antes que o sangue esfrie
Coma-me
Antes que a carne morra
Devore-me
Antes que já não haja
Mais nada
Pra provar em mim
E ao final
Erga a taça
Lamba o prato
Não deixe migalhas
Daquilo que um dia fui
Mortas e esquecidas
Sobre a bandeja de prata
sábado, 11 de julho de 2009
P+2T - Poesias - Ju Blasina
por Ju Blasina
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