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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Viço

mefistofélico
grunhindo azedumes
antes que o silêncio
escorie-me com a força motriz

- minuciosa entrega
do infausto praguejar -

na impetuosa imortalidade
beijo o sol que me cega

persigno o desespero
num eclipse insulado
de hipnotizar dilaceramentos

esperando a trepidação cessar
incendeio os negros murais
dos remotos nervos
entrelaçados na expectativa

- amórfico colapso
fixando-me servo
da sublimação porejada -

os enganos imemoriais
corroem-me na condensação
do alegórico sussurro
empedrado pelos filos

esboçando
malograda curvatura
cultivo as pústulas
no jardim
das misérias esgarçadas

- a colisão ecoa dentro -

uma cruz
fincada nos ombros
embosca-me
no pasmoso instante

o banimento
desse corpo todo fodido
incide-me
sobre a psicose.


Imagem: Raphaël Freida - 1927

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Bruno Bossolan
Nasci em 25 de junho de 1988 e resido em Capivari, interior de SP. Sou Cronista e Redator do Jornal O Semanário. [www.osemanario.com.br] Autor dos Livros: N(ó)stálgico (Poesias, 2011 - Paco Editorial) - Barbáriderna (Poesias, 2012 - Editora Penalux), com participação também em mais de 10 antologias poéticas. Autor da Peça Teatral “Destroços do Martírio” (apresentada no Mapa Cultural de SP na cidade de Porto Feliz – 2008/2009).
todo dia 01


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