E eis que o corvo volta à minha porta,
Cobrando-me infames promissórias.
Agora, que a infância já é morta,
Agora, que as angústias são notórias.
Invoco a esperança, que aborta
Vestígios de emoção que eu possa ter.
Também ela, como eu, já não suporta
Os naufrágios contidos no querer.
O corvo, tão maldito, traz na testa
A cicatriz que marca a sua história,
Sinal que o irmana ao jamais:
É ela quem recorda, tão funesta,
A dolorosa face da memória,
Do amor que naufragou longe do cais.
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