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terça-feira, 8 de março de 2016

Poema número 12




12.

Cômico,
quase me comove
o que me come.
O que me cobra
(e como cobra),
cobre
-se de ouro.

Entre o azul e o couro,
corte na carne do corpo cabeludo,
azedo cansaço que me consome,
soro de sangue,
sacrossantos
cornos de cavalo,
ofídio
com bagos de touro.





poema: Flávia de O.
arte: Virgínia de O. 

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