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sábado, 14 de março de 2009

Reprise

Cresceu apanhando. Todo santo dia o pai chegava bêbado, fedendo a cigarro e a perfume barato de puta, tirava a cinta e lascava todo mundo, começando pela mãe e terminando sempre nele, o caçula. Nas poucas vezes que tentou se defender, veio logo o tapa na cara e o grito:- Cala a boca! Você é o último que fala e o primeiro que apanha!Anos a fio o ódio fermentando no cadinho do coração, crescendo, crescendo...Um dia arrumou uma moça, resolveu casar. Na festa de casamento, encheu a cara. Quando foi se deitar com ela, a noiva fez cara de nojo diante do cheiro de cerveja e cigarro. Não teve dúvida: tirou a cinta, e começou a bater ali mesmo, em plena lua de mel.

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