Era um prédio de seis andares, semelhante a muitos outros
da mesma rua, com numerosas janelas retangulares dispostas regularmente ao
longo da fachada de pedra cinzenta e lisa, bastante enegrecida pelo passar do
tempo e pela poluição ambiente. Os poucos elementos clássicos que o decoravam
davam-lhe um ar de elegância sóbria, embora um tanto ou quanto antiquada. A
porta principal, de dois batentes, era de madeira pesada e escura, tendo nas
almofadas pequenos florões em latão, um pouco danificados pelo tempo, e enormes
fechos, mais decorativos do que funcionais.
O átrio, pequeno mas discretamente elegante, tinha o chão
em mármore aos quadrados pretos e brancos, um pouco riscados e partidos, mas
sempre bem encerados, paredes cor de marfim e um belo lustre de metal amarelo,
bastante escurecido pelo passar dos anos. Ao fundo, frente à porta de entrada,
ficava um pequeno elevador quadrado, de um modelo bastante antiquado, não muito
rápido mas suficiente para as poucas necessidades do prédio e adequado ao
exíguo espaço ali existente. A escada, íngreme e bastante escura, fora relegada
para um canto. Já ninguém a utilizava, nem mesmo os moradores do primeiro
andar.
Desde há muito que ali habitavam apenas pessoas idosas e
casais não muito novos e sem filhos. Os apartamentos, dois por andar, tinham
numerosas divisões não muito espaçosas, com tetos demasiado altos e soalhos que
rangiam um tanto ou quanto com os passos das pessoas. Encontravam-se, de um
modo geral, em bom estado de conservação, embora as instalações precisassem
urgentemente de modernização. As mudanças eram raras e nunca havia festas
ruidosas ou barulho fora de horas. Não eram permitidos animais domésticos, com exceção
de pequenos pássaros canoros.
Em suma, um local agradável e sossegado, habitado por
pessoas decentes e educadas.
O pequeno elevador quadrado sentia-se bem feliz por ter
sido colocado num prédio tão respeitável e calmo. Não era muito rápido nem
silencioso e a sua capacidade de carga era bastante reduzida, mas esforçava-se
sempre por cumprir as suas obrigações com a máxima eficiência e prontidão.
Sentia-se bastante orgulhoso da sua bela alcatifa vermelha escura, sempre limpa
e bem cuidada, do grande espelho rebrilhante de limpeza, que ocupava a metade
superior da parede do fundo e da bem oleada grade, antiquada mas não muito
difícil de manejar. As paredes escuras e baças, o cinzeiro de latão bem polido
e uma iluminação difusa davam-lhe um último toque de elegância.
Com os seus longos anos de serviço e as raras mudanças
verificadas entre os moradores do prédio conhecia perfeitamente bem todos os
residentes e os visitantes mais frequentes. Poderia, mesmo, levá-los ao respetivo
andar sem ter de esperar pelo toque no botão correspondente, mas evitava
fazê-lo por uma questão de respeito: estava ali para ser comandado e não lhe
ficava bem sair do lugar que lhe competia! Nunca se desviava dessa regra, nem
mesmo quando havia enganos na ordem de toque nos botões e era bem grande a
tentação de evitar subidas e descidas desnecessárias. O respeito acima de tudo!
Era uma questão de orgulho profissional!
Sendo dotado de um grande espírito de curiosidade e como
passava várias horas por dia sem ter nada que fazer entretinha-se a tentar
reconstituir a vida dos seus passageiros a partir do pouco que conseguia ouvir
e observar enquanto os transportava. O seu pequeno tamanho era um auxiliar
precioso neste seu passatempo, pois com a proximidade forçada e o seu reduzido
número — não mais de quatro, se não fossem muito grandes — as pessoas quase que
se sentiam obrigadas a falar umas com as outras.
Pedaços de conversas, comentários dispersos, uma
expressão mais triste ou zangada, saídas e entradas mais frequentes do que o
habitual, sacos de compras mais cheios ou mais vazios, alterações no vestuário
ou no cabelo, tudo isso lhe servia como base para as suas lucubrações.
Esmiuçava até ao mais ínfimo pormenor tudo o que passava ao alcance dos seus
sentidos bem aguçados e sempre alerta, que nada deixavam escapar. Era pouco e
muito desconexo, mas com o acumular contínuo de informações e as muitas horas
vagas ao seu dispor, conseguia saber muito e deduzir ainda mais.
Era um ótimo passatempo, embora, infelizmente, pouco
houvesse a descobrir: eram todos pessoas respeitáveis e pacatas e as suas vidas
decorriam regularmente, sem grandes escândalos ou sobressaltos.
Mas o que mais o divertia era tentar adivinhar quem eram
e para onde se dirigiam os visitantes que apareciam pela primeira vez. É claro
que os empregados dos Correios, Luz, Gás e Água não lhe interessavam minimamente
— nem sequer se lhes podia chamar propriamente visitantes. Tinha, até, um certo
jeito para os detetar à primeira vista, mesmo que mudassem todos os meses. Mas
os outros!...
Mal abriam a porta e faziam deslizar a grade logo eram analisados
e avaliados pelo olhar perscrutador do pequeno elevador quadrado, que se
considerava um ótimo e experiente conhecedor de pessoas. O facto é que raras
vezes se enganava quanto ao destino provável dessas novas caras. Deixara, até,
de fazer apostas consigo mesmo a esse respeito, pois acertava sempre. Ou quase
sempre.
Infelizmente, e embora os visitantes desconhecidos nunca
tivessem sido muito frequentes, o seu número rareava cada vez mais à medida que
os anos passavam, privando, assim, o pobre elevador quadrado de uma das suas
poucas fontes de distração.
Foi por isso que a rapariga ruiva que surgiu pela
primeira vez numa quarta-feira à tarde o impressionou duplamente: pela novidade
— a primeira visitante nova que aparecia desde há vários meses — e pela
incongruência do seu aspeto. Muito nova, mas pintada de modo extravagante, com
um cabelo demasiado colorido e de corte verdadeiramente incrível, roupa ultramoderna
e modos bruscos, não se coadunava de modo algum com o ambiente discreto e
conservador do prédio. Por mais que se esforçasse não conseguia pensar num
destino provável para tão estranha criatura. Acabou mesmo por desistir, sem ter
emitido uma única hipótese, o que o deixou de bastante mau humor.
Ainda mais intrigado ficou quando a viu sair no quinto
andar, pois aí habitavam, apenas, uma senhora já idosa e um casal relativamente
jovem, mas que até então não recebera qualquer visita. Seria esta a primeira?
Ou teria havido engano no prédio? Por momentos ainda acalentou a esperança de
que assim fosse, mas a tarde passou-se sem que ela voltasse a sair. Viera,
pois, visitar alguém do quinto andar. Mas quem? Era esse o grande enigma!
Pôs-se, pois, a passar em revista tudo o que sabia dos moradores do quinto
andar.
A senhora de idade era uma das suas passageiras favoritas.
Viúva de um oficial do Exército, tinha um ar distinto e elegante, andando
sempre impecavelmente arranjada, nem que fosse para ir à mercearia buscar meio
litro de leite. Embora não falasse muito, tinha sempre uma frase bem educada
para com os seus companheiros de viagem. As suas poucas visitas eram sempre
senhoras igualmente idosas e distintas, que raras vezes apareciam e pouco se
demoravam. Pelo que pudera deduzir, nunca tivera filhos, sobrinhos ou
afilhados, ou, se os tinha, nunca a visitavam.
O casal que com ela partilhava o quinto andar era dos
mais jovens e recentes moradores do prédio. Embora discretos e educados, só ao
fim de bastante tempo tinham sido aceites pelo pequeno elevador quadrado, pois
fazia-lhe confusão ver a mulher sair muito cedo todos os dias, para ir para o
emprego, ao passo que o marido ficava quase sempre em casa. Pelo que conseguira
apurar, este era contabilista e trabalhava para várias firmas pequenas, não
tendo, pois, necessidade de se deslocar muitas vezes. Era uma explicação aceitável,
mas mesmo assim causava-lhe um certo mal-estar ver um homem em casa durante o
dia, a menos que fosse reformado ou estivesse doente.
Para dizer a verdade, nem mesmo aceitava totalmente a
ideia de uma mulher ter de trabalhar. Pelo menos a partir de um certo nível
económico, que ele colocava bem baixo. Com os seus inúmeros anos — fora um dos
primeiros modelos e bem orgulhoso se sentia disso! — havia certas modificações
nos costumes e estilo de vida das pessoas que lhe faziam certa confusão. Mas
tinha de reconhecer que não tinha qualquer razão de queixa deste casal, que
sempre se comportara na sua presença com uma correção ao nível do local que
habitavam.
Decididamente, a visitante desconhecida não se enquadrava
com o que sabia dos habitantes do quinto andar — ou com os de qualquer dos
outros andares do prédio! Já era quase noite quando desceu, sozinha tal como
havia subido. O mistério do propósito da sua visita mantinha-se, pois, intacto!
O pequeno elevador quadrado abominava qualquer
acontecimento inexplicado. Gostava de ordem e método em tudo, mesmo na vida das
pessoas. Lá bem no íntimo equiparava inexplicado ou inesperado a anarquia, que
era algo que o aterrorizava. Em condições normais teria dedicado várias horas
ao problema de tão estranha visitante, remoendo os factos conhecidos e deles
tentando extrair conclusões aceitáveis. Mas, como os dias que se seguiram foram
de grande excitação — a irmã da senhora do sexto andar decidira divorciar-se! —
não teve muito tempo para pensar no assunto. No meio de tanta agitação até
quase esqueceu a insólita quebra de rotina.
Ficou, por isso, desagradavelmente surpreendido quando na
quarta-feira seguinte a viu aparecer novamente e à mesma hora. Por incrível que
pareça, o seu aspeto era ainda mais extravagante do que da vez anterior. Mais
uma vez, e sem qualquer hesitação, tocou no botão do quinto andar. Ao chegarem,
ainda tentou ver para onde se dirigia. Mas, embora fosse bastante lenta, a
porta fechou-se antes dela ter dado dois passos. Demorou-se toda a tarde,
descendo, então, sozinha.
E o mesmo voltou a acontecer nas semanas seguintes. Todas
as quartas-feiras por volta das três da tarde, sem exceção, lá aparecia aquela
criatura a caminho do quinto andar. Os seus modos eram sempre bruscos, batendo
com a porta e maltratando a pobre grade, que, com a sua provecta idade,
precisava de um certo cuidado no seu manuseamento. Os pobres botões eram
pressionados com força excessiva, sem qualquer consideração pelo sua delicada
constituição. E o pior é que vinha sempre a fumar, sujando a alcatifa e o seu
belo cinzeiro bem polido — e que já não era utilizado há anos — e deixando
atrás de si uma fumarada que lhe perturbava a visão e era bem desagradável.
O pequeno elevador quadrado detestava-a cada vez mais.
Que criatura tão detestável! Que hábitos desagradáveis! Pensar que na sua
velhice era obrigado a aturar semelhante comportamento, ele, que sempre se dera
com a melhor sociedade e só convivera com pessoas de uma educação
irrepreensível! Era demais!
Para tornar o caso pior, nunca conseguia ver para onde se
dirigia. Parecia, até, que fazia de propósito, parando à saída do piso e
esperando, sempre a fumar, que a porta se fechasse. Era verdadeiramente
agravante!
Decidiu, por isso, fazer uma investigação em forma.
Começou, por isso, a vigiar ainda mais atentamente do que de costume as
conversas dos seus passageiros, o que só aumentou a sua frustração. Falavam de
tudo, menos da rapariga ruiva, o que não era de estranhar pois ela subia e
descia sempre sozinha. Possivelmente, e com exceção do visitado, os moradores
nem sabiam da sua existência.
Mas não foi tempo perdido, pois a investigação sempre deu
alguns frutos. Descobriu, por exemplo, que durante a tarde de quarta-feira
tanto a senhora idosa como o marido do jovem casal nunca saíam de casa.
Reparou, também, que a mulher desse casal parecia andar muito triste e
preocupada com alguma coisa. Deixara, até, de sorrir ao cumprimentar os outros
passageiros, o que era verdadeiramente uma pena pois tinha um sorriso bem
bonito.
O pior era que os pontos principais continuavam por
solucionar: quem era a insólita, e detestada, visitante, quem vinha visitar e,
sobretudo com que fins. Era exasperante! Andava de tal modo descoroçoado e
preocupado que, pela primeira vez na sua já bem longa carreira, começou a
funcionar mal, parando nos andares errados ou não respondendo quando o
chamavam.
Isso só fez crescer o seu ódio pela rapariga! Se não
tivesse aparecido nada disto estaria a acontecer! Pensar que só por causa dela
andava a manchar uma bela e impecável folha de serviços! Ao longo dos seus já
bem numerosos anos de serviço nunca tivera uma falha, uma avaria, podendo
gabar-se de estar sempre pronto a qualquer hora do dia e da noite. E agora a
sua reputação estava a sofrer golpes irreparáveis!
Uma quarta-feira à tarde, porém, teve um golpe de sorte.
Foi chamado ao quinto andar durante a visita da rapariga ruiva. Apressou-se a
subir e foi com grande ansiedade e um coração trepidante que aguardou a
abertura da porta. Quem o teria chamado? Seria a visita mais curta do que o
habitual? Ou iria desvendar, finalmente, parte do mistério?
A porta abriu-se e o pequeno elevador quadrado quase deu
um salto de excitação. Era a senhora de idade, com um saco de compras na mão.
Ainda estava ausente quando Ela saiu.
Não havia dúvidas sobre a pessoa visitada! Só podia mesmo
ser o tal marido, sempre em casa com a desculpa da sua profissão! Bela
profissão! Bem dizia ele que não era natural aquele estado de coisas, a mulher
fora e o marido no lar! Eis no que davam as modernices!
O pequeno elevador quadrado sentiu-se sufocar de
indignação! Acontecer uma coisa destas no seu belo prédio, um verdadeiro modelo
de decoro e honradez! Mas que desaforo! Nunca tal se vira! As suas suspeitas
sobre a Intrusa eram, pois, bem fundadas. Aliás, sempre desconfiara dela, e
desde o primeiro instante! Estava-se mesmo a ver que com um aspeto daqueles não
podia ser grande coisa! E os seus modos? Como podia haver quem gostasse
daquilo! Sempre era preciso ter muito mau gosto.
Coitada da pobre senhora do quinto! Não admirava que
andasse tão triste... sempre devia suspeitar de alguma coisa. Apesar do que se
costuma dizer, era impossível que assim não fosse. Até porque parecia ser uma
pessoa sensível e inteligente.
Ficou de tal maneira emocionado com tão grave situação
que nos dias seguintes todo ele vibrava e estremecia de nervosismo,
enganando-se e falhando frequentemente. Era preciso fazer qualquer coisa, pôr
cobro a um tão vergonhoso comportamento. Impunham-se medidas, mas medidas
drásticas! E o mais rapidamente possível. Não podia de modo algum permitir a
continuação de tanta imoralidade no seu prédio.
Mas que fazer? Como correr com a rapariga ruiva, acabando
com as suas visitas ao quinto andar? E, caso o conseguisse, como garantir que
não passava a ser ele a ir visitá-la? Ainda se pudesse falar, acusá-la com voz
tonitruante e implacável frente aos outros inquilinos... Infelizmente, isso era
impossível, embora fosse mesmo o que ela estava a pedir. Não! O que fizesse
teria de ser feito por si só, sem a ajuda de ninguém. Mas o quê? O seu
nervosismo — traduzido, infelizmente, em desagradáveis, fortes e ruidosas
vibrações — aumentou ainda mais, sem que vislumbrasse qualquer solução.
Estava completamente desesperado quando teve, finalmente,
uma ideia. Era uma boa solução, embora lhe fosse custar bastante pô-la em
prática. Mas que importava! O que era preciso era acabar com aquela situação,
degradante para o seu impecável prédio e desgastante para ele.
Pacientemente, aguardou pela quarta-feira seguinte,
ajustando mentalmente os últimos pormenores e endurecendo a sua resolução. A
visão do rosto acabrunhado da pobre mulher do quinto andar e os modos ainda
mais bruscos do que habitualmente da Intrusa só serviram para o tornar ainda
mais decidido.
As horas seguintes foram de grande nervosismo e
expectativa. Ao fim da tarde, porém, quando foi chamado ao quinto andar à hora
habitual do término da visita, sentiu descer sobre si uma calma aceitação do
que se iria passar. Até deixou de vibrar!
Ela entrou, puxando a grade com a violência habitual. O
seu aspeto era mais detestável do que nunca e tinha um ar de arrogância muito
desagradável. Por momentos, ainda hesitou — era um grande passo a dar. Mas
acabou por decidir sacrificar-se a bem da moral. Fechando os olhos, cheio de
medo pelos estragos que certamente viria a sofrer, deixou-se cair até à cave!
O choque, fortíssimo, paralisou-o durante alguns dias,
embora não tivesse ficado grandemente danificado. Mas a odiada rapariga ruiva
ficou hospitalizada durante meses, com várias fraturas.
Como não podia deixar de ser, o acidente foi muito
comentado no prédio. Descobriu-se, então, que a visitante recebia aulas de
pintura dadas pela senhora idosa do quinto andar, que tentava assim,
discretamente, complementar a pensão deixada pelo marido e que com o andar dos
tempos se tornara insuficiente. Como a aluna era neta de uma das suas amigas,
sentia-se à vontade para, se necessário, sair, deixando-a só a concluir o
trabalho dessa sessão.
Todos lamentavam o azar da pobre vítima do acidente — e o
da senhora idosa, que perdia, assim, a sua única aluna — exceto o pequeno
elevador quadrado. Fizera apenas o que lhe competia para zelar pelo bom nome do
prédio e dos seus moradores, sacrificando até a sua integridade física. Não
tinha culpa de os factos serem diferentes do que a princípio pensara. Ao fim e
ao cabo, um engano toda a gente tem. E, atendendo aos elementos ao seu dispor,
fora, até, um engano bem natural!
O jovem casal do quinto andar mudou-se pouco depois.
Veio-se a descobrir que ela sabia já há vários meses que ia ficar desempregada.
Não conseguira arranjar nova colocação e os trabalhos que ele arranjava não
eram suficientes para lhes permitirem continuar a pagar um apartamento. Foram,
por isso, viver com a mãe dela. Como não tinham amigos no prédio e pouco
falavam com os restantes moradores, em breve foram esquecidos.
O pequeno elevador quadrado sente-se como novo depois do arranjo profundo a que foi submetido. Até parece que rejuvenesceu vários anos, subindo e descendo infatigavelmente os andares do seu bem-amado prédio com um zelo e uma eficiência inigualáveis.
E tem agora um novo mistério com que se preocupar. É que a senhora do terceiro andar começou a ir com frequência ao sexto andar, e sempre na ausência do marido. E como lá só vivem duas irmãs muito idosas e um viúvo bastante atraente e que está sempre em casa...
Luísa
Lopes
Photo
by Mac McMeans from FreeImages
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