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terça-feira, 29 de outubro de 2013

SAMIZDAT 38 - O Mestre Machado

SAMIZDAT 38 - O Mestre Machado by Henry Alfred Bugalho Por que Samizdat? Henry Alfred Bugalho ENTREVISTA David Dephy Gogibedashvili AUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA A Cartomante, Machado de Assis Luzia, Trindade Coelho AUTOR CONVIDADO ELA, Sérgio Tavares CONTO A Estátua sem Rosto, Joaquim Bispo Eu...





segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Pelos olhos de um homenino

Sou um homenino que não abre mão de manter residência fixa na infância. Meus olhos são duas polaróides prontas a captar o efêmero. Depois cuido de guardar na película das palavras o que pousou beija-flor diante dos meus olhos. A seguir, três instantâneos clicados pela minha lente de homenino. ...





domingo, 27 de outubro de 2013

Aspirações

Ela era da época em que se espalhava a sujeira pela casa com o espanador, tarefa árdua e que não resolvia o problema do pó, mas que, ao menos, ao dispersá-lo, tornava-o quase imperceptível, ignorável. Tal como o espanador, em relação aos outros problemas da casa e da família, bases às quais se resumia sua vida, dispersava as nuvens espessas com pensamentos e tarefas aleatórias, como testar uma nova receita, cuidar do jardim ou aprender as técnicas de ponto...





sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A Estátua sem Rosto

Joaquim Bispo  O que se conseguia ler no folheto pisado e rasgado que parou aos meus pés era apenas: (…) omingo, 5 (…) inaugur (…) praça D. Moniz (…) stát (…) rei (…). Foi o suficiente para eu perceber do que se tratava, dada a proximidade de eleições e algum conhecimento do...





quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CRÔNICAS LONDRINAS – PARTE I

AEROPORTO HEATHROW     ― Qual o propósito de sua vinda à Inglaterra?     ― Uma conferência.     ― Conferência de quê?     ― Escritores.    Nisto a funcionária da Imigração olhou-me desconfiada. Com toda a razão. Escritores reunidos? Perigosíssimo. Risco de bomba, até. E para certificar-se de que eu não representava nenhuma ameaça ao bem-estar do povo britânico, exigiu:     ― Mostre-me alguma...





quarta-feira, 23 de outubro de 2013

À luz do passado

Ele olha distante. A porta esta aberta. Olha através dos óculos velhos, com seus olhos cansados. Olha para aquele espaço aberto, mas enxerga além. A luz do sol invade o ambiente, mas não chega até ele. Ele esta sentado em sua cadeira, a luz do sol não os alcança. Esse sujeito gosta buscar o sol, de...





terça-feira, 22 de outubro de 2013

A revolta de Maria

Qualquer semelhança com um clássico do cinema não será coincidência. Maria é uma mulher real, com dilemas comuns e sonhos, um punhado de sonhos, simples, fáceis de concretizar. Maria quer o básico: ser feliz. Maria quer o básico através da tríade convencional: casar, ter filhos e estabilidade (financeira, leia-se). Em momento de ousadia onírica, Maria detalhou para si perspectivas: queria casar com um homem moreno-forte-bonito, ter dois filhos, um casal,...





segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Jennifer

Não sei manejar bem as palavras, seu moço. Sou de origem humilde, minhoca da terra, lá de Campos, o moço conhece? Zona rural, uma desgraceira só. Foi a mãe do seu Benito que me trouxe pra cá. Prometeu estudo, salário, quase vida de princesa. Eu só tinha em troca que cuidar dos netos dela. Babá. Tudo mentira da grossa. Trabalhei que nem moura. Seu Benito me disse uma vez que a mãe pagou quinhentos contos pros meus pais na intenção de me levar. Uma coisa, comprada...





domingo, 20 de outubro de 2013

Falta de sensibilidade

Viviane chegou tarde no flat do namorado, ou namorido, ou eterno noivo, sei lá, esses nomes que classificam relações que se arrastam, semissérias e semi “vai levando”, onde os casais moram em casa separadas e vivem para lá e para cá com sacolas entulhadas de mudas de roupas ligeiras e pertences utilitários, dependendo do que se vai fazer à noite. E naquela noite, mochila a tiracolo, cabelos soltos ainda cheirando a xampu de maçã, vestidão de verão, sandália...





sexta-feira, 18 de outubro de 2013

FÁBRICA DE SONHOS (A propaganda é a alma do negócio)

Otávio Martins Cada sonho! Claro que era o Carretinha. “Os olhos são cruéis”, disse certa vez o educador e escritor brasileiro Rubem Alves. Os olhos do Carretinha não os são. Do jeito que o Carretinha apareceu no meu sonho, acho estranho; eu mesmo, estranho, dono de um circo às vésperas de sua estréia. Ele, como vendedor de material de propaganda, exclusivamente, para circos. Aquele olhar faiscante, incisivo. Nunca escancara o seu sorriso, talvez por medo...





quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O Galo

                         Havia no sítio um grande galo que me acordava todas as manhãs. Seu canto era forte que ecoava por todos os lados. Não somente seu canto era forte, era um belo galo. Eu não sentia preocupação ao vê-lo por perto, sabia que se ele estava por perto, eu estava bem guardado. Até que uma raposa entrou no...





quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Vez em quando

Um cheiro de saudade cruza por mim. Um perfume, talvez um aroma de pele. Não dá mais tempo de impedir a memória, nem de punir a sentinela da razão que se atrasou por uns segundos. Já estou impregnada desse vento de passado que me força companhia. O cheiro de café torrado insiste em fazer...





terça-feira, 15 de outubro de 2013

dois poemas dançados e um desenho

Quando um dia eu dançar, nesse dia ficarei livre. Nesse dia, abandonarei a menina de saia abaixo do joelho. Terça-feira e eu dançando.  Uma polca Um tango Uma valsa Um  fox trote Twiste que seja ou mesmo rock. Um dois três, um dois, três Ritmos lentos ou ritmos infernais. Um...





sábado, 12 de outubro de 2013

O Futuro de Presente

Hoje, para homenagear todas as crianças (sobretudo aquelas que habitam o coração dos ditos adultos), um singelo texto de cunho infanto-juvenil, o qual escrevi, aproximadamente,  há uns dois anos.  Boa leitura e feliz dia das crianças! Por Lohan Lage Pignone O que você vai...





sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Culpa

Eu atirei no xerife.Mas não matei o delegado.Tudo que fiz foi em legítima defesa.Tudo é tão pequenino e vil!meditação transcendental, bah!Eu vou correr com os porcoslouvar Maria Callas!Esvaziar meus bolsos de falsas moedasvomitar a rapadura azeda, dada aos pássarosVou caminhar com as estrelas decadentesChega...