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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

presença (cortinas)





Volmar Camargo Junior
(Laboratório Poético)








coisa indefinível 
oculta em cortinas
    branca
    vaporosa
    mercurial
atravessa
uma a uma
as caprichosas barreiras erguidas
    caprichosamente
    só para contê-la
levanta-se em silêncio
aos poucos
    sem pressa
envolve tudo
depois que se ergue
só sua solidez
    sua nudez
    ela inteira
é tudo
o mundo
submete-se a ela
o mundo do visível
o mundo do crível
o mundo do possível
tudo
tudo é consumido pela neblina
pela brancura una da neblina
pela nudez inteira da neblina
pela impassividade paciente
    irredutível
    indivisível
    intangível
    da neblina
tudo
toda a existência
resume-se a uma presença
vaga
indistinta
indefinível
oculta em cortinas
    mercurial
    vaporosa
    e branca









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1 comentários:

Volmar,

belo poema!

Sou a Graça, do Empório do Café e já nos conhecemos, não é?

Um abração e Feliz e alegre Natal, junto daqueles que vc mais ama...

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