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quarta-feira, 12 de setembro de 2012


MOLDURA

Eu não me encaixo em molduras,
mas me acho na loucura.
Não encontrei o que procuro,
mas me curo na procura.
E não, eu não sou uma tela,
uma obra-prima, uma pintura,
mas boto a cara na janela
e uso a rima como cura.


SEM-TETO

Sim, mora em mim
o dom da palavra,
mora em mim a sedução
e escrever com paixão
é meu abrigo,
mas eu não consigo
ser como escrevo.
Tudo que vejo e desejo
não rima, mas sempre
me ensina a ser paciente
e cada vez mais prudente.
Porque a vida não é poesia
que você escreve e apaga,
que você lê e te afaga.
A vida machuca, complica.
Você não deleta nada.
A dor fica, pinica.
A tristeza te alaga.
Por isso que sim,
mora em mim
o dom da palavra,
mora em mim a sedução,
mas o amor
não mora mais não,
e eu me sinto uma sem-teto
com preguiça de invadir
fazendas improdutivas.
Sou eu quem preciso
ser invadida.

CONVITE

Prometo não te prometer nada
a não ser fazer o que mandar
minha caminhada,
mas se eu ficar apaixonada
nada do que minha razão diz
terá mais sentido
me guiarei pela libido
pouco me importando
se é certo ou proibido.
Vem perder a razão comigo?

poemas de MARIANA VALLE










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