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sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Brincando de faz de conta - Giselle Sato

Pique-bandeira , amarelinha , queimada... Esconde-esconde, bolinha-de-gude e bafo bafoPeteca, boneca, bicicleta e patineteQuem é quem? Vai e vem, correria na calçadaPipas, papagaios, pião, campeonato de botão Escorrega, balanço e gangorra na pracinha.O Parque de diversões promete fortes emoções,montanha-russa,...





quinta-feira, 21 de agosto de 2008

to be and not to be

Marcia SzajnbokSouMas não sou muitoNão sou sempreNem sou bem issoSou ao meioO que penso que seriaE o restoQue não souNão sendoMe acometeE desmascaraOu subverteO que dentro da luva haviaSem que a mão lá supusesseTer sido recheio um d...





Folha

Marcia SzajnbokO vento conduz a folhaOu é a folha que se abandona ao vento?Sopro leve de vento quenteVai alta a folha, alegremente.Sopro forte de ar geladoDespenca a folha no chão molhado.Quando o vento acalma, sonolento,Ao ar ou à folha é que falta movimento?Mas se o vento volta, prazenteiro,Aos rodopios vai a folha, percorre o mundo inteiro...Sou folha...Que venha o vento!Que não me deixe sem sopro,No esquecimen...





quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O Giralua

Alian Moroz Helianthus annuus, ou Girassol, é uma planta da família das compostas, originária do Peru. Caracteriza-se por um porte avantajado, chegando algumas a medir até cinco metros de altura.O Girassol recebeu esse nome porque suas flores giram, seguindo o movimento do Sol, num heliotropismo positivo. O maior produtor de Girassóis é a Rússia ao qual extrai de suas sementes um salutar óleo comestível e...





sábado, 16 de agosto de 2008

A Natureza do Escorpião ou Narrativa Literário-futebolística em Quinhentas Palavras

“Zagueiro bonzinho acaba como babá do filho do atacante”. Pensava assim o beque Roberval até o dia em que vitimara Zeca com avassalador carrinho. O artilheiro flamenguista e ídolo da seleção brasileira ficou quase um ano no estaleiro com tíbia e perônio fraturados. Em conseqüência, Zeca, perdeu a Copa do Mundo e Roberval a paz de espírito corroída pelo remorso.Viveu assim tempos difíceis o Roberval, beque conhecido pelo estilo viril aliado a certa malvadeza...





Entrevista com Laura Bacellar

Laura Bacellar trabalha em editoras desde 1983. Começou na Editora Paz e Terra como estagiária e já ocupou todas as funções editoriais – de produtora na Hemus a editora chefe na Brasiliense. Fundou e dirigiu o primeiro selo editorial inteiramente dedicado às minorias sexuais, Edições GLS. Já foi editora...





quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Contos mínimos - Série "Idiotas"

Confusão- Olha, o gajo está a rir.- Corre, idiota. Não vês que isso que vem atrás de nós é um T-Rex...InterpretaçãoO urso chegou e comeu o esquimó. Ficou sobrando a mulher. Seria gay?EclipseQuando soube, congratulou-se. Iria finalmente poder ver o Sol sem o auxilio de óculos escuros.TrocaFaziam sempre amor no guarda-fato. Um dia, o marido dela chegou mais cedo. Aníbal correu a esconder-se na cama.Difícil.princípio o para fim do textos os Escrevia. ler de...





Mensário de Histórias Curtíssimas Sem Pé Nem Cabeça

IEntão ele me perguntou: “Vai doer?”.IIDepois de ter presenciado aquela cena, Ronald tomou sua decisão. III— Eu juro que só fiz isso para o seu bem. IVO cachorrinho voltou e quis de volta o que era seu. VAguarde um momento que ela já vai atendê-los.VI— Tá, e daí?...





Contos mínimos: Série Cupido

Má pontariaE então ele acertou em Narciso. Duas vezes.Paradoxo Inexplicável para ele, o amor era em maior quantidade que as setas...Alvo Naquele dia, iria treinar com "D.Juan", o seu alvo preferido...Miopia Aconteciam as coisas mais extraordinárias desde que tinha ficado míope...Par E quando o professor pediu para definirem número par, o aluno respondeu: A quantidade de setas...





Microcontos

Coisas de Mulher (cont.)Marcia SzajnbokVII.Dor, emoção, expectativa. Luz. Frio. A voz do médico:- Vamos lá, agora uma força comprida, só mais uma!Respirou. Empurrou. Um choro encheu a sala e esvaziou a barriga.Compreendeu, naquele instante, porque nem a deus é possível fazer não acontecer o que já aconteceu. Estava comprovada a irreversibilidade do tempo....





quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Poetrix

CompanhiaAcompanhas-me para todo o lado,suave constante ausênciaDesencontroTudo passaNada ficaDesencontro...Por do SolPoente em Sol menorInconsistente a vozConstante distância de nósTrabalhoFez-se enfim, a tardeLabor, mais um...Dia compradoCasaÁ porta, ficou por ali a Berta,já nela fechada e de morada no olhar frio,em só de si, o esquecimento ou vazio!In finitoChegado ao infinito,perguntou:E agora, onde vou?DefiniçãoDefinir-tePartir sóViagem sem regressoArdorLíngua...





O alvo simbiótico

O meu nome é Zork e sou batedor-explorador, guarda avançado de primeira categoria, especializado em observação de espécies com potencial. Minha função é de extrema utilidade para a nossa raça pois há muito tempo que desistimos de suportar sozinhos a nossa própria subsistência e confortos e caprichos. Aprendemos que é bem mais simples e eficaz identificar outros com o potencial simbiótico adequado e transformá-los (gradualmente) em nossos servos. De início,...





terça-feira, 12 de agosto de 2008

Noite Estrelada

Guilherme Augusto RodriguesTodas as noites, abria a janela do quarto e ficava por horas contemplando o céu estrelado. Tinha certeza de que lá do outro lado havia uma pessoa a observá-lo também.Acreditava que as estrelas eram pequenos animaizinhos místicos: responsáveis pelos sonhos, diziam a verdade, contavam o futuro e realizavam desejos. Se sonhar com aquilo que desejou, o pedido se realizará. Escolhia a estrela mais brilhante e desejava. E a Lua, a grande...





Guilherme Augusto RodriguesEu sou flor que flora à tua presença,alegre, contente, muito feliz.Sou a flor que definha à tua ausência,triste, implora por água, Flor-de-Lis.Sou a flor, não ouço o que você diz.Ficar ao teu lado, o que sempre quis.Beija-Flor – com você quero ficar,Porque – agora – só quero te amar.Às tardes – vinha você me beijar,Nós – abraçadinhos – em paciência...Ande p´lo jardim reencontre a florbela, que tem um cheiroso sabore que não liga...





Melodrama

Guilherme Augusto RodriguesTarde alegre. Linda. Ensolarada. Passarinhos a cantar. Sentados abraçados no banco da praça. Quero dormir aos seus braços. Alguns beijos, uns apertões. Mais beijos. Eu te amo. Também te amo, linda. É para sempre....Acabou!Fim de tarde triste, melancólico...A visão se torna embaçada, meus olhos se enchem de água e ela, cada vez mais distante, vai embora.A lágrima que escorre pelo meu rosto é o grito de dor, o desabafo do aperto que...





A Face

Guilherme Augusto RodriguesTeus olhos profundos, negros,Tua face fatigadaMostra rugas de tristeza,Nem sorris pra não florarTeus dentes apodrecidos,Teu hálito cadavérico.Deite-se no teu caixão,Pois você já está morta.Darei um buquê de rosas.Uma vez lacrado o túmulo,E tua agressividade Emudecerá pra semp...





segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pequena Poética do Miniconto

Marcelo SpaldingVocê certamente já leu um miniconto e possivelmente já escreveu um. Miniconto é um tipo de conto muito pequeno, digamos que com no máximo uma página, ou um parágrafo. Alguns dizem que ele é o primo mais novo do poema em prosa, outros apontam as fábulas chinesas como origem, de certo é que desde meados do século XX o conto tem experimentado – com sucesso – formas extremamente breves a partir de textos de gente como Cortázar, Borges, Kafka, Arreola,...





Seleção Brasileira

Marcelo Spalding1Kléber, o goleiro. Defende-se como pode das investidas do Argentino. Desde que pediu a grana pra pagar o pó – pediu o pó porque não conseguia pagar uma grana –, vive a se defender. Fugindo, fingindo, roubando. Não pode abandonar morro e família, por isso acaba voltando e apanhando e pagando um pouco. Dessa vez era um ultimato. Kléber, o goleiro, tinha que pagar. El Argentino invadiu a casa, quatro homens armados ao redor dele. Não tenho um...





domingo, 10 de agosto de 2008

A Ordem do Mundo

(fonte: http://www.flickr.com/photos/stuckincustoms/2342380918/sizes/l/)Henry Alfred Bugalho“O mundo não tem ordem”, o monge que movimentava os sessenta e quatro discos de bronze refletiu.O ritual era simples: no início dos tempos, quando o mundo havia sido criado, todos os discos foram colocados na...





sábado, 9 de agosto de 2008

Enchendo Lingüistica: Writing for dummies

Dizem que só se aprende a escrever escrevendo, do mesmo jeito que só se aprende qualquer coisa tendo bastante prática. Às vezes eu me pergunto se é só isso, e se existe isso que chamam talento. O Henry já falou sobre isso, como eu tambéjm já falei, como muito se falou em todos os grupos de escritores sobre "inspiração e suação". É muito provável que não haja um manual.De qualquer forma, encontrei uma lista bastante interessante para quem gosta de escrever....





sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Poesia Concreta: Soneto

Muito de tudoÉ tarde para decidir sobre essas coisas,Essas que ficam em nós impregnadas,As sobras do mundo nas estradas,A poeira acumulada nos sapatos.É inútil a incerteza dos destinos —As coisas estariam explicadasHaveria menos de nadaE tudo seria limitado.Há muito de tudo,Há, às toneladasE é tão pesado.Por outro lado,Nessa vidaO que háÉ ...





O imenso e o infinito

“Sete de abril de 19.....É impressionante, Gilda. Como eu gostaria que você pudesse ver isso tudo. O telegrafista disse-me que a operação do instrumento que ele usa é muito simples. Mesmo assim, preferi apenas ditar a ele a mensagem para transmitir a você. Como não tenho muito tempo, e outras pessoas também desejam comunicar-se com o continente, despeço-me dizendo que estou muito bem. Seu. Sérgio.”— Meu Deus, Gilda.— Sim. – Gilda enxugou as lágrimas – Encontrei...





Laboratório Poético

poetrixO fim do marHá tanto tempo no marQue mar não haverá maisQuando o tempo, enfim, acabar.“Canção” de quê?"Minha terra tem palmeiras...onde canta o..."Como era o nome mesmo?O eco dos homensGrande é a imundície que há; e há, e como há.Imunda é a gente má; e há, e como é má.Gentis, já vi, há. Aqui? Não. Nem lá.Das profundezasFiz, bem no fundo, no chão, um furo.Lá, bem no fundo, onde é tudo preto.E fui, bem no fundo, feliz por um tempo.PrevidênciaGuarda essa...





quinta-feira, 7 de agosto de 2008

histórias

Maria de Fátima Santos Foi-se despindo, peça a peça. O fato e o camiseiro de algodão atirou-os para cima da cama. Depois espalhou pelo chão cada uma das meias, o soutiã e as calcinhas de renda. Ficou nua. Escurecia. Sobrava um amarelo ténue do que fora o dia que ela passara dando formação na empresa. Fizera um calor intenso na sala sob o foco do projector de acetatos e ela aguardando este momento. Deixou-se ficar nua por uns instantes. Os raios de sol...





quarta-feira, 6 de agosto de 2008

A alma paulistana de Paulo Bomfim

Paulo Bomfim nasceu em São Paulo no dia 30 de setembro de 1926.Iniciou suas atividades jornalísticas em 1945, no Correio Paulistano, indo a seguir para o Diário de São Paulo. Foi diretor de Relações Públicas da "Fundação Cásper Líbero". Na TV, produziu "Universidade na TV" no Canal 2, "Crônica da Cidade"...





terça-feira, 5 de agosto de 2008

Saudades da Minha Terra

Joaquim BispoSou camionista de longo curso. Passo os dias pelas estradas da Europa, rodeado de carros, mas sozinho, a ver desfilar cidades para lá das estradas e serras para lá das cidades, a trabalhar demasiadas horas por dia, a dormir mal e pouco, a levantar cedo. Este ano que passou foi particularmente cansativo. Parecia que o mês de Julho nunca mais acabava. Ansiava por voltar para a Minha Terra, tão bela e tão mal amada. Ah, quando chegasse, ia pôr o...





domingo, 3 de agosto de 2008

Sugestão de Leitura

40 Novelas de Luigi Pirandellopor Marcia Szajnbok Em 2006, por conta dos 150 anos do nascimento de Sigmund Freud, várias instituições promoveram eventos para comemorar a data. Uma delas, a Oficina de Psicanálise Lacaniana, realizou um ciclo de debates que giravam em torno do tema “Psicanálise e Literatura”,...





sábado, 2 de agosto de 2008

Miopia

por Carlos Alberto Barros Até quando, olhos,Fingirão estar fechados?Até quando choraráO coração imaculado? Até quando, olhos,Usarão lentes escuras?Até quando a ignorânciaPassará longe das ruas? Até quando, olhos,Só terão visões do alto?Até quando a cegueiraContinuará em seus assaltos? Até quando, olhos,Brilharão com falsidade?Até quando lágrimasCairão na insanidade?Eis que vos deixo um recado,Ao menos isto vai engolir:O que...