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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Laboratório Poético Especial Terror

Enforcamento (poetrix)   Ouço corações distantes, ouço muitos Sou como este cadafalso, cego e mudo. Cessa o rufar de tambores.   ---  Vizinhança no cemitério (poetrix)   Rumorejam e choram jovens falecidos Por obséquio, peço-vos silêncio. Respeitem um velho defunto.  --- A noite do levante (soneto)   Levantemo-nos, ó gente morta! Aguarda-nos a insurreição. Daremos àqueles que andam Inesperada lição.   ...





terça-feira, 23 de setembro de 2008

A estrada da noite- Joe Hill- Resenha

Hoje comecei um livro de terror e suspense. Autor relativamente novo mas com a pesada bagagem de ser filho de Stephen King, mestre do gênero. As primeiras páginas me conquistaram, não consegui parar de ler até ser vencida pelo cansaço. Eram quase três da manhã e a história bem contada não dava uma trégua.O escritor muitas vezes tem um texto maravilhoso nas mãos, argumento, personagens e construção perfeitas. E não acontece. Existem pessoas que irão achar...





O fio da maldade - Giselle Sato

Abriu a porta com um sorriso cínico nos lábios. O cheiro de tempero perfumava o ambiente com aromas exóticos:- Oi Jenni, chegou na hora.- Que delícia está preparando? Alguma comida especial?- Ele passou o braço nos ombros da moça e beijou de leve a bochecha rosada. Era um jogo, ela adorava quando brincavam assim, precisava adivinhar o ingrediente: - Acho que tem alecrim e hortelã. Talvez uma pitadinha de zátar e raspas de gengibre. Acertei? O rapaz fez...





domingo, 21 de setembro de 2008

Labirintos

Marcia Szajnbok- Aqui viveu Catarina de Médicis, uma das mais astutas e manipuladoras mulheres da história da França. Ela era uma menina ainda, tinha apenas 14 anos quando se casou com Henrique II. Apesar de todo o seu poder, foi publicamente preterida pelo marido, que presenteou Diane de Poitiers,...





sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Olhar

por Pedro Faria Normal 0 21 false false false MicrosoftInternetExplorer4 /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm...





quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Nativity in black

Volmar Camargo JuniorAmanhece e uma notícia macabra corre pela cidade. No início da noite anterior, um bebê veio ao mundo, mas é declarado morto pelo obstetra. Poucas horas depois, durante o velório, mergulhados em profundo pesar e no frio silêncio da madrugada, ouve-se o choro do bebê vindo de dentro do caixão.   Ao longo do dia, o terror e o desconforto dessa história bizarra alastraram-se de tal maneira que no telejornal do meio-dia, da emissora...





quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Corvo (The Raven), Edgar Allan Poe

The RavenEdgar Allan PoeOnce upon a midnight dreary, while I pondered weak and weary,Over many a quaint and curious volume of forgotten lore,While I nodded, nearly napping, suddenly there came a tapping,As of some one gently rapping, rapping at my chamber door.`'Tis some visitor,' I muttered, `tapping at my chamber door -Only this, and nothing more.' Ah, distinctly I remember it was in the bleak December,And each separate dying ember wrought its ghost upon...





O Gato Preto, de Edgar Allan Poe

Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã posso morrer e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. Meu propósito imediato é apresentar ao mundo, clara e sucintamente, mas sem comentários,...





segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Um som no escuro

Joaquim BispoNesse Setembro de 75, dois jovens portugueses, colegas de profissão, aproveitavam as férias e um Dyane comprado há pouco para espraiarem a liberdade por paragens além-fronteiras. Levavam uma tenda canadiana e acampavam onde calhava. Viajavam ao sabor dos acontecimentos, confiados nas benevolências do acaso.Em Vitória, já país basco, a notícia do dia era a morte de mais um «carabinero». Pressentindo a morte iminente de Franco, os separatistas da...





O Ratinho

por Carlos Alberto BarrosSe é real, pouco importa. A mente de uma mulher como eu – viúva, só, 97 anos – já não se incomoda com distinções entre ilusão e realidade. Só quero ter algo em que apoiar a pouca vida que me resta. Um ratinho. Tão bonito com suas asinhas negras batendo, assim, velozes. Os olhinhos vermelhos brilham na escuridão do quarto. - Olá, ratinho bonito. Está com fome? *** Dias depois, na casa da solitária anciã, são encontrados apenas...





domingo, 14 de setembro de 2008

O Bicho Roncador

Henry Alfred BugalhoZé Carlos engatilhou a espingarda, abriu uma fresta na porta e espiou.— O bicho ‘tá lá fora, Maria! — ele tremia.— Deixa, Zé. Aqui dentro ele não faz nada... — Maria, incerta.— Que nada, mulher. Você não ouviu a história do Tião. O bicho comeu uma criança já.— Mentira, Zé. O Tião só fala mentira!— Mas olha, olha o ronco do bicho. Ele ‘tá rondando.E estava mesmo. Era possível ouvir o caminhar dele, a respiração profunda, rosnar dum tigre.Zé...





Microcontos: Terror

O CorajosoMarcia Szajnbok O Tuta era aquele menino que todos os demais invejavam: grandão, musculoso, metido. Foi o primeiro a fumar, se gabava de ir ao puteiro desde os 10 anos, conhecia palavrões que nenhum dos outros tinha ouvido ainda. E, o principal, era corajoso, muito corajoso mesmo. Toda sexta-feira, os meninos apostavam: quem é que consegue ficar mais tempo sozinho no portão do cemitério? O Tuta sempre vencia, e vencia de lavada. Naquela noite, fez...





sábado, 13 de setembro de 2008

Imperfeição

I. Na livraria Nunca gostara de contos de terror. A sua aversão era devida a uma capacidade imaginativa forte que o tornava vulnerável, gerando mal-estar físico para lá da insónia que aflige o comum dos mortais. Por isso, é com alguma surpresa que entra na livraria e dá por si espreitando sobre o ombro do homem que folheia. Antes de fixar o olhar, ainda pensa que poderia ter arranjado melhor forma de “matar” o tempo enquanto a Margarida não chega. O homem...





A Mansão e Seus Hóspedes

Guilherme Augusto RodriguesNo alto da colina, numa cidadezinha, havia uma mansão sombria e muito antiga. Cercada por uma vegetação densa. À porta de entrada, havia duas grandes gárgulas com dentes e garras afiados, asas enormes. Uma pequena e mal cuidada trilha, já abandonada há muitos anos que levava até o portão de entrada, velho e enferrujado. Pouco visível entre a vegetação, e nos pilares mais duas pequenas gárgulas, mas aterrorizantes. Pareciam vivas,...