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domingo, 26 de março de 2017

Fecunda

Pra que outro filho, Maria? Já não basta? Ouvia dos amigos, irmãos, vizinhança, até da mãe. Mais um? Pra que mais tormento? E nova barriga se espichava, ano sim, ano sim. Botar no mundo pra sofrer e fazer sofrer? Ideia de jerica. E Maria continuava gerando vida, certa de que assim era o certo, não exagerava. Casa sem berço é tristeza. Lar sem criança, aridez. O marido não concordava nem se opunha. Pois se era isto que movia a mulher: a chance de...





sábado, 25 de março de 2017

A transmutação

Quando Cacilda deu por si, após um curto período de sensação de irrealidade, percebeu que se transformara numa árvore do jardim em frente de sua casa. Permaneceu de braços levantados, curiosamente sem esforço, e pernas bem metidas na terra, como quem tem medo de se mexer em uma situação de perigo....





sexta-feira, 24 de março de 2017

TROVA PREMIADA NOS JOGOS FLORAIS DE NOVA FRIBURGO

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segunda-feira, 20 de março de 2017

CRAVINHOS

- Duzinho, deita de bruços. Tira a camisa. - Ah, não Bia... - Cravinhos, Du. Vamos logo. Hora de tirar cravinhos - Tô exausto, amor. Tive um dia desgraçado. -  Conversa. Vamos lá. Quero cuidar de você. - Sua unha dói... - Tirar cravinho é amor. Amor não dói. - Devagar, Bia... - Duzinho... não tô achando cravinho... - Claro, você tirou todos... - Toda semana eu tiro. Nascem de novo. - Bia, hoje não... - Duzinho... cadê os cravinhos, Duzinho???...





quinta-feira, 16 de março de 2017

Cobrança - Conto de Marco Severo

Cobrança Ao longe, Marieta conseguia enxergar a silhueta do que parecia ser uma mulher, se o que ela estivesse vendo fosse mesmo um vestido. Devia ser a prima. Já não era sem tempo, pensou. Eleonora vinha caminhando devagar, trocando a mala de mão de vez em quando para descansar a coluna e um dos lados do corpo. Às vezes, parava um pouco. O sol já estava mais baixo, mas quando a caminhada começou, depois de uma longa viagem de ônibus que havia durado mais de seis...