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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Desbunde

Ela é toda abundância. Completa, inteiriça. Exceto a popa tímida, desenxabida, quase côncava na banda esquerda. E sente-se, por conta da  depressiva nádega, qual camelo manco, um nada quase, desabundante de tudo. Certamente o espelho trabalha para Camila enxergar nele refletidos, com realce, os lindos lábios carnosos. Quando alaranjados cintilantes, eles trazem calor e alegria a qualquer ambiente. Quando adentram o bar da esquina da nossa rua, aliciam...





domingo, 25 de dezembro de 2016

A insuspeita sensualidade da massa

A razão porque os homens não são vistos mais vezes na cozinha a preparar rissóis, pastéis de massa tenra, filhós, pizas, folhados é, provavelmente, porque ainda não descobriram as virtualidades sensuais da manipulação das massas. Roberto não acolheu com muito entusiasmo a determinação da...





sábado, 24 de dezembro de 2016

SÉRIE TROVAS PREMIADAS DE EDWEINE LOUREIRO (IV)

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terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O cego de Caxambu

Sujeito gentil o meu avô.  Diziam que escolhia as palavras e premeditava gestos, apenas para não magoar involuntariamente alguém. Tenho ótimas lembranças de sua voz pausada, sua elegância esguia, suas mãos conciliadoras. Por algumas vezes, passamos férias familiares em Caxambu, quando veranear numa estação de águas era como tomar sol na pérgula do Copacabana Palace, só para espiar uma ou outra starlet de Hollywood dentro de um maiô atrevido. O glamour dos...





segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Beethoven e o Telessexo - Por Manoel Herzog (convidado especial)

“Sex Call-Center, boa noite, com quem falo? “Ludwig van.” “Boa noite senhor Lúdi, hoje estamos tendo uma noite promocional, estamos disponibilizando: vozes louras, disque 1; índias, disque 2; asiáticas, disque 3; outras etnias disque 4.” Desde uma Europa branca, erudita e cansada, desejoso...





sábado, 17 de dezembro de 2016

Mapa - Poema de Diana Araújo Pereira (Em português e espanhol).

MAPA Com pés de índio não pise no tapete branco. Com pés de negro não chegue na sala principal. Com este sorriso duvidoso não me olhe nos olhos que os tenho em segurança que os quero à salvo de dúvidas ou dores. Já passei pela ponte da incerteza. Cruzei o umbral dos tempos duros e gastos. Como à mesa e uso adequadamente os talheres. Sei manter a maquiagem e a máscara. Fecho os olhos de noite e conto as ovelhinhas brancas. Durmo tranquila depois de rezar. Hoje...





sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Casa de repouso

Gosto daqui. Deste silêncio que só é rompido por sons rotineiros. Os ruídos da TV na sala grande; o chiado das panelas na cozinha iluminada; o barulho das chaves pesadas, trancando as portas à noite. Gosto dos bancos no gramado. Sempre me dão a sensação de que estou num jardim inglês. E que a qualquer...





segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

teto

destilo teu veneno num colírio e pingo nos meus olhos o escuro misturo duas gotas  com absinto e encho a minha cara contra o muro retorno depois  de perder os sentidos sedento por vagar pelo teu mundo...





sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

OUTONAL

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Flora

aperreio de um entanto que se quer no arrimo a vontade de ser perto é por tudo o que importa o momento deveria ceder ao repentino indício  grassar sobre nós a força indistinta dos incêndios devaneio ser tragado pelos seus intervalos venha ao meu gorjeio feito o último encarne guardo o receptáculo...