AVÔHAI
meu corpo é sua réplica.
tornado um homem de ombros
estreitos
cujo tórax não sustenta mais a própria cabeça
de pele solta sobre o crânio
o mesmo odisseu que segurou um pneu
de caminhão
sustentou a sede em outros currais
equilibrou o peso da arma
o desejo da faca
toda a carne rasgada
com apenas um dente
afiado como as pernas desproporcionalmente longas
os joelhos quentes
os dedos compridos
os pelos
a alma
as luzes
o sexo
os sinais de pele
tudo
até o halo senil
profundamente negro.
desconhecemos a história de troia
temos pouco interesse em lamentos
os deuses tampouco nos animam.
arranco teu sinal com a unha
encontrei no meu braço esquerdo
e penso que também tenho
muito medo, vô
muito medo
da morte.
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