Por Milton Rezende
Poeta,
venho visitar
o teu
túmulo de ossos
(o que
restou de ti
nessa
existência às avessas).
Mas os
teus versos,
inscritos
na vida
como
numa pedra tumular
do
tempo eterno,
subsistiram
aos vermes
que
agora me espreitam
e até
mesmo a essa imensa
capacidade
de esquecimento
que
adquirimos como herança.
E é
por isso que estou aqui,
e não
para prestar homenagem
a uma
pequena porção de terra
onde
te esconderam na ilusão
de
privar-nos de tua sábia
e
triste companhia que amamos.
E através
deles (os teus versos)
tu nos
comunicaste o sentido do efêmero
e a
maneira mais artística e correta
de
desconsiderá-lo.
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