Eu sou aquele
que
teve que vender
a alma
ao diabo
para
se ver publicado.
Eu sou
aquele
que
teve que vomitar
o
próprio sangue
para
se fazer aceitável.
Eu sou
aquele
que
teve que buscar
entre
os malditos
um
convívio possível.
Eu sou
aquele
que
teve que sufocar
o
hálito rebelde
para
poder sobreviver.
Eu sou
aquele
que
teve que invocar
o
sarcasmo irônico
para
se vingar dos homens.
Eu sou
aquele
que se
vestiu de palhaço
e
depois do espetáculo
matou
toda a platéia.
Eu sou
aquele
que
amou sozinho
a
impossibilidade
do
amor compartilhado.
Eu sou
aquele
que
engoliu todos os sapos
e os
digeriu com álcool.
Eu sou
aquele
Fausto
egocêntrico de Goethe
que
mesmo vendendo a alma ao sucesso
ainda
assim morreu inédito.
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