Não quero mais a poesia, não quero mais. Eu a nego sem medo de excomunhão, sem o mínimo remorso. Quero a prosa, a prosa responde e indica os caminhos. Rasgarei todos os meus livros de poesia, mandarei às favas os poetas, tolos, e as poetisas, vazias: quero a linha toda sem verso. Todos os sons para povoar a invenção. A coisa começa, continua, e por fim, o ponto final, o aviso que diz “acabou”. A linha toda é o horizonte onde o sol de todo dia aparece e se põe sem metáforas, sem os segredos dos significados. Então, pegarei os versos quase destruídos e encaparei os outros livros. Esta sim, a sua verdadeira razão de ser.
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