Sentou-se com o cuidado exagerado de quem está habituado
a considerar todos os móveis demasiado frágeis e pequenos para o seu imenso
peso. Mesmo assim, a cadeira que escolhera por não ter braços e lhe parecer ser
a mais sólida do consultório rangeu bem alto e estremeceu fortemente, ameaçando
desmoronar-se. Por meio de alguns movimentos minuciosos e bem ponderados foi-se
ajeitando até se sentir confortável e bem apoiado. Deu um grande suspiro de
alívio e satisfação e só então contemplou o psiquiatra, que via pela primeira
vez.
Fora-lhe altamente recomendado por conhecidos e amigos
como sendo um dos melhores especialistas de doenças nervosas. No entanto, o seu
aspeto franzino e como que encolhido, a careca rebrilhante, os minúsculos
óculos de aros dourados, encavalitados na ponta do nariz e as roupas antiquadas
e bastante enrugadas não incutiam muita confiança. Hesitou, mais uma vez. Nunca
gostara de psiquiatras e sempre desconfiara de quem os consultava. Confiar
totalmente em terceiros para a resolução de problemas íntimos e pessoais
parecia-lhe ser um dos muitos exageros perigosos da sociedade atual e algo que
devia ser evitado a todo o custo. Mas os seus problemas tinham atingido uma
dimensão tal que já não conseguia continuar a trabalhar com a eficiência
esperada de quem ocupava um lugar de responsabilidade. Decidiu-se, pois, a
falar.
Numa voz inesperadamente melodiosa por provir de tão
descomunal corpo, delineou em poucas palavras a situação que o levara a
consultar um especialista. Trabalhava desde sempre num dos principais hotéis de
luxo da cidade. Colocado no patamar intermédio da enorme escadaria de acesso
aos numerosos salões, a sua função era refletir os hóspedes que subiam ou
desciam os seus degraus. Durante muitos anos executara fielmente essa missão,
com a qualidade exigível a um espelho da mais alta qualidade. Gostava do seu
trabalho, sempre variado, agradando-lhe sobretudo as épocas de grande azáfama
em que era chamado a intervir continuamente, por vezes durante horas a fio.
Ultimamente, porém, tudo se alterara. Sem que soubesse
realmente porquê sentia-se totalmente desmotivado, entrando mesmo em pânico
quando detetava a aproximação de alguém. Os grupos, então, deixavam-no num
estado de prostração nervosa tal que só muito a custo conseguia cumprir as suas
funções. Vivia num estado de angústia permanente devido ao temor de ver chegado
o momento em que falharia por completo, tornando-se incapaz de refletir fosse o
que fosse. Nos breves momentos de sonolência tinha sonhos cada vez mais frequentes
em que entrava um imenso martelo que o estilhaçava, fazendo-o em mil pedaços e
acabando de vez com os seus problemas e preocupações. Sentia grande dificuldade
em repousar sempre que não era necessário, pois durante esses instantes, por
vezes bem longos, só conseguia pensar, com ansiedade, que em breve alguém
apareceria, sendo então necessário voltar ao trabalho.
Tentara todo o tipo de medidas e curas recomendadas por
amigos e conhecidos: meditação de vários géneros, exercícios respiratórios e de
relaxação muscular, auto-hipnose, frases encantatórias repetidas vezes sem
conta ao longo do dia e, até, certas ervas supostamente calmantes. Nada
resultara. Embora com imensa relutância, decidira-se, por fim, a consultar um
especialista. Era a sua última esperança, pois não lhe restavam grandes
ilusões: mais cedo ou mais tarde acabaria por falhar nas suas funções, sendo
então ignominiosamente despedido ou, até, destruído.
Tendo dito tudo o que lhe parecia ser necessário para a
análise da situação, calou-se. Alguns minutos se passaram, num silêncio total e
bastante incómodo para o paciente. O imenso vulto retangular do pesado espelho
movia-se nervosamente na cadeira, apesar dos protestos audíveis desta e do
perigo, bastante real, de uma queda. Olhava com fixidez para o psiquiatra como
se esperasse que uma simples palavra deste chegasse para o libertar dos seus
problemas. Era óbvio que esperava um milagre, apesar da sua alegada
desconfiança. Mas este nada dizia, limitando-se a olhar para o tampo da
secretária e para os vários papeis que colocara à sua frente.
Começava a arrepender-se de ter vindo. As suas ideias
sobre o que se passava neste tipo de consultas eram bastante vagas, mas mesmo
assim nada decorrera de acordo com as suas expectativas. Pensara encontrar um pessoa
decidida e incisiva que uma vez ouvida a sua breve narrativa dos factos
propusesse de imediato uma solução simples e eficaz. Algo que o salvasse,
devolvendo-lhe a tranquilidade e a paz de espírito que conhecera durante tantos
anos e que tão necessárias lhe eram. Suspeitava, porém, que isso não iria
acontecer.
O psiquiatra decidiu-se, finalmente, a falar. Lentamente
e com uma voz monocórdica e demasiado baixa para poder ser escutada sem
esforço, começou a fazer-lhe perguntas. Era evidente que não ficara satisfeito
com o que ouvira, querendo mais detalhes sobre a vida do grande espelho e o
modo como ocupava os seus dias. Este tentou satisfazê-lo o mais completamente possível,
embora não lhe agradasse devassar deste modo a sua intimidade.
Não se lembrava lá muito bem da sua infância. Apenas
sabia que fora uma encomenda especial, executada com as mil precauções e
cuidados exigidos pelas suas enormes dimensões. Uma vez acabado, fora de
imediato instalado no seu local de trabalho, muito antes do final das obras,
ajustando-se sem problemas ao espaço que lhe fora destinado. Apesar das
inúmeras, e por vezes bem profundas remodelações sofridas pelo hotel, nunca
fora mudado para outro lado, nem mesmo a título provisório. A sua qualidade era
das melhores e nunca necessitara de tratamentos ou ajustes de qualquer espécie.
Era limpo diariamente e podia gabar-se de apesar da sua provecta idade não ter
falhas, zonas baças ou riscos.
A sua primeira recordação mais precisa remontava ao dia da inauguração do hotel. Lembrava-se muito bem do nervosismo e excitação que sentira nas horas de azáfama que tinham antecedido tão momentoso evento, horas essas que passara perguntando a si mesmo se seria capaz de executar devidamente as suas funções, se estaria à altura de tão importante cargo. É claro que já fora testado vezes sem conta, na fábrica donde saíra e ali mesmo, refletindo perfeitamente os operários e empregados que se apressavam nos últimos preparativos.
Só que agora era mesmo a sério. Sabia que uma imensa multidão em breve invadiria a escadaria que estava a seu cargo, dirigindo-se para as variadíssimas festas e cerimónias previstas para aquele dia. Seria necessário trabalhar sem parar durante horas e horas, tanto mais que haveria inúmeros curiosos interessados em observar de perto a parte pública do primeiro hotel de luxo da cidade.
Mas tudo correra o melhor possível naquele primeiro dia
de trabalho e quando o último hóspede se retirara pudera descansar com a
satisfação do dever bem cumprido. Sentia-se completamente exausto, mas em paz
consigo e com o mundo.
Não se lembrava de muitos detalhes daquele dia, pois a
novidade e a excitação sentidas eram demasiado grandes para isso. Mas com o
passar dos tempos aprendeu a manter a calma, podendo, então, dedicar a sua
máxima atenção às pessoas que o utilizavam. Descobriu que isso o divertia
bastante, pois naquele imenso hotel havia todos os dias acontecimentos novos,
frequentados por todo o tipo de pessoas vestidas das mais diversas maneiras. As
modas iam mudando ao longo dos tempos, sendo umas mais elegantes do que outras,
mas tudo era novidade para quem nunca saía dali, tendo de esperar que fosse o
mundo a vir ter com ele.
A princípio limitara as suas atividades a refletir o mais
fielmente possível a imagem dos clientes que frequentavam o hotel.
Apercebia-se, é claro, dos sons que faziam quando se deslocavam em conjunto e
do barulho, por vezes, ensurdecedor dos grupos numerosos que subiam e desciam a
escadaria. Mas estes eram totalmente ininteligíveis. Nem lhe ocorria
perguntar-se o porquê de tal atividade sonora, que estava muito para além das
suas capacidades.
Um dia, porém, colocaram no seu patamar um painel de
madeira escura, que anunciava em bem desenhadas letras brancas as várias atividades
disponíveis nos diversos salões do hotel. Era um painel quadrado, bastante
grande e apoiado em três pés demasiado finos e deselegantes. Estava um pouco de
viés e afastado da parede, mas mesmo assim o seu conteúdo era bem visível para
quem subia os degraus. O espelho não gostou muito da sua vinda, pois achava que
destoava do ambiente elegante e sofisticado da bela escadaria. Além disso,
cortava-lhe um pouco a visão, pois o reflexo das suas costas ocupava um dos
cantos da imagem, até aí desimpedida, que era permanentemente refletida pelo imponente
espelho.
A solidão das inúmeras horas em que nada tinham para
fazer levou-o, contudo, a conversar um pouco um com o outro, primeiro com uma
certa desconfiança mútua, depois com um entusiasmo sempre crescente. O painel
já ocupara diversas posições no hotel, podendo-se mesmo dizer que passara por
todos os andares e situações. Tinha, por isso, muito mais para contar que o
pesado espelho, que nunca dali saíra e cuja experiência se limitava ao que se
passara naquela escadaria ao longo dos anos, por muito interessante que isso
pudesse ser, em particular para o historiador que o painel dizia ser.
À força de ouvir ler os anúncios que lhe eram confiados o
painel aprendera, até, a entender o que diziam as pessoas, pelo menos a maior
parte delas. Foi assim que o espelho descobriu que os sons emitidos pelos seus
clientes tinham um significado, uma razão de ser. Encantado com a hipótese de
ampliar as suas capacidades apressou-se a aceitar com gratidão o oferecimento
do painel de anúncios, que se propôs ensinar-lhe tudo o que sabia a esse
respeito durante o tempo, breve ou longo, da sua estadia naquele local.
O espelho era um aluno atento e aplicado, aprendendo com
uma rapidez surpreendente em alguém já de certa idade e com tão pouca
experiência do ensino. Por isso em breve sabia tanto como o seu mestre, embora
tivesse ainda alguma dificuldade com as palavras ditas demasiado depressa ou
com uma entoação mais estranha. E ainda bem que assim foi, pois o painel de
madeira foi removido ao fim de poucas semanas passando a executar as suas tão
necessárias funções no amplo átrio do hotel.
De novo só, o nosso herói decidiu pôr em prática os
conhecimentos recentemente adquiridos, ficando imediatamente fascinado com o
mundo que se lhe abria graças a esta nova habilidade. E não lhe faltavam
oportunidades para testar as suas novas capacidades. Pela primeira vez
apercebeu-se do imenso mundo sonoro que o envolvia permanentemente. Tantos sons
diversos, tanto barulho! O silêncio passou a ser a exceção, pois mesmo quando
estava desocupado havia sempre um certo ruído de fundo, que só com dificuldade
conseguia ignorar. Parecia-lhe que as pessoas eram totalmente incapazes de
subir ou descer em silêncio, tendo sempre algo a dizer, a comentar. Por várias
vezes detetou, até, seres isolados que apesar disso falavam para o ar ou, quem
sabe, lhe dirigiam a palavra.
Era realmente maravilhoso. Parecia-lhe impossível ter
vivido tantos anos ignorando por completo uma parte tão grande da realidade que
o rodeava, limitando a sua experiência à parte visual que, sentia-o agora, era
apenas uma parcela bem pequena do todo que era este complexo universo de seres
e de sons. Sentia-se imensamente grato ao painel de madeira, tão detestado de
início, que lhe possibilitara este aumento de conhecimentos e, também, de distração.
Durante algum tempo limitou-se a ouvir isoladamente as
palavras pronunciadas na sua presença, esforçando-se sempre por compreender as
que desconhecia e que armazenava com todo o cuidado para futura referência. As
frases só lhe interessavam quando precisava de interpretar novos vocábulos e
não prestava grande atenção ao seu conjunto, nem ao que poderiam representar de
sentimentos e emoções.
Uma vez passada a novidade, porém, dedicou-se cada vez
mais a este novo aspeto do mundo dos sons, que lhe abria perspetivas
desconhecidas e absolutamente fascinantes sobre as pessoas que sempre
considerara como sendo apenas algo a refletir com a máxima fidelidade. E assim
nasceu uma obsessão que lhe ocupava todos os pensamentos e os momentos disponíveis.
Com o enorme número de exemplares humanos ao seu dispor e
a tagarelice sem fim que lhes parecia ser absolutamente indispensável, em breve
se tornou um verdadeiro especialista da natureza humana. Sentia por tão frágeis
seres uma atração sem limites e que o absorvia por completo. Como eram
complicados! E tão diferentes uns dos outros, mesmo quando se assemelhavam fisicamente!
Uma noite, porém, ouviu uma frase que lhe desagradou e o
chocou profundamente. Havia uma grande festa num dos salões e os convivas
tinham-se esmerado nos trajes e joias que usavam. O nosso espelho estava
encantado com as ricas imagens que refletia e recordava com uma certa nostalgia
outras noites igualmente magnificentes, algumas delas já bem distantes. Um
grupo de três mulheres parou, por instantes, mesmo à sua frente. Nada havia de
inédito em tal facto, pois o enorme espelho estava colocado num sítio bastante
conveniente para as últimas verificações e ajustes na aparência dos hóspedes. O
que o transtornou, porém, foi ouvir uma delas dizer:
- Mas que espelho tão horrível! Vejam só como me torna
amarela!
Apressou-se a verificar a sua capacidade de reflexão e a
qualidade da imagem, mas tudo estava em ordem. A convidada tinha um tom de pele
verdadeiramente amarelado, mas que culpa tinha ele disso? Mesmo assim, ficou
preocupado. Parecia-lhe que, embora sem qualquer culpa direta, era ele o
responsável pela tristeza e desânimo sentidos por aquela convidada. Apressou-se
a afastar tal pensamento mas não o conseguiu. A imagem odiada fora da sua
responsabilidade, por isso devia ser ele o culpado.
Durante os dias que se seguiram debateu incessantemente
consigo próprio este problema. Fora criado para refletir o mais fielmente possível
o mundo que o rodeava e sempre se sentira satisfeito por saber que o fazia com o
máximo de qualidade e eficiência. Mas isto não parecia ser o suficiente, uma
vez que desagradara a um dos seres humanos que tanta importância tinham ultimamente
adquirido aos seus olhos.
Ainda teve esperanças de que o descontentamento que
ouvira se limitasse àquela pobre mulher. Mas agora que este assunto fora
trazido à sua atenção reparou que muitos outros se sentiam aborrecidos com o
que viam refletido no espelho, culpando-o muitas vezes pelas suas próprias
imperfeições e defeitos. Era verdadeiramente inacreditável! Como podiam os
seres humanos ser tão ilógicos e injustos?
Aos poucos, porém, um sentimento de preocupação
sobrepôs-se à irritação sentida perante tão infundadas críticas. Com razão ou
sem ela, justa ou injustamente, estava a causar sofrimento a outros seres. E
isso era absolutamente inaceitável. Tinha de começar a fazer algo para remediar
tal estado de coisas.
Com base nos inúmeros comentários e frases que ouvira ao
longo dos tempos tinha criado uma imagem mental bastante precisa sobre o que a maior
parte dos humanos considerava uma aparência física interessante e desejável.
Embora sentindo graves dúvidas a esse respeito decidiu-se a intervir no sentido
de melhorar ligeiramente a imagem nele refletida pelos diversos clientes do
hotel.
A sua primeira mentira teve lugar quando viu aproximar-se
uma rapariga bastante deselegante, rodeada por outras bastante mais belas. A
sua experiência dizia-lhe que ela iria ficar triste e culpá-lo pela diferença
que não deixaria de notar ao ficar de frente para a parede espelhada.
Contorceu-se, pois, um pouco nos locais certos e a imagem que nele surgiu só
muito vagamente fazia lembrar o vulto da rapariga que se encaminhava para ali.
Esta, porém, ficou completamente satisfeita com a sua reflexão no espelho,
fazendo vários comentários sobre o bom aspeto que apresentava nessa noite.
O espelho sentiu o seu espírito ainda mais dividido. Por
um lado, sabia que estava a trair a missão para que fora criado, deturpando os
factos e mentindo de uma forma bastante crua e descarada. Por outro lado, era
indiscutível que o seu ato causara grande prazer e satisfação. Se até aí
sentira grandes dúvidas sobre o que fazer no futuro, estas só aumentaram em vez
de diminuir.
Com o passar do tempo, porém, e o sempre constante
acumular de modificações e alterações introduzidas nas até então fieis imagens
que refletia, os seus escrúpulos foram desaparecendo. É claro que fora criado
para servir os humanos e devia-lhes o máximo de fidelidade possível. A
honestidade era uma coisa muito bonita, mas de que servia se só causava dor e
insatisfação?
Era até com uma certa despreocupação que emagrecia daqui,
alteava dali, atenuava dacolá, sempre na procura do melhor efeito possível, na
tentativa de obter um resultado próximo do ideal humano de beleza. E não se
pense que isso era fácil! É claro que quando tinha de lidar apenas com uma ou
duas pessoas de cada vez o esforço exigido era insignificante, quase nulo. O
caso era bem diferente quando chegava um grupo numeroso. Aí, sim, tinha de
recorrer a toda a sua habilidade para conseguir satisfazer os anseios de todos,
ou de quase todos. Era um trabalho esgotante, que exigia grande habilidade e
uma atenção minuciosa aos detalhes, mas que lhe dava uma grande satisfação e a
sensação de ser um verdadeiro artista.
As coisas continuaram assim durante bastante tempo. As
suas funções pareciam ter mudado, embora por iniciativa própria, mas eram
executadas com a mesma eficiência e qualidade de outrora. O espelho sentia-se
bem, tendo deixado de se preocupar com especulações inúteis sobre a verdade e a
mentira, a realidade e a aparência.
Ficou, por isso, muito surpreendido quando se começou a
sentir esgotado, nervoso e em pânico. Não compreendia o que se estava a passar
com ele, nem porque se sentia tão mal numa altura em que o seu trabalho corria
melhor que nunca. Dava grande satisfação a numerosas pessoas e ouvira dizer,
por mais de uma vez, que fazer bem aos outros era um ato desejável e de louvar.
Devia pois considerar-se um verdadeiro benemérito, um benfeitor da humanidade!
E em vez disso ...
Esgotado de tanto falar, o pesado espelho afundou-se
ainda mais na cadeira, remetendo-se a uma meditação profunda. Solidamente
instalado por detrás da sua secretária, o psiquiatra olhava-o sem nada dizer,
como que esperando que o paciente chegasse por si próprio à inevitável solução
do problema. Os minutos seguintes decorreram num silêncio pesado e prenhe de
possibilidades. Por fim, o espelho levantou os olhos perturbados e balbuciou
muito a custo:
- E se eu voltasse a dizer a verdade? ...
Não havia dúvidas. Sofria de um severo ataque de
consciência!!!
Imagem de Gordon Johnson por Pixabay
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