RUA 1
Bahia com Afonso Pena, uma hora da tarde, domingo.
Um homem, de mãos dadas com um menino de
menos de seis anos, vem pelo passeio, em direção
oposta a minha. O menino − com um sorriso trivial,
dolorosamente inocente − aponta para um canto (sujo)
da calçada e diz:
− Olha, pai, é ali que a vovó ficava.
O homem nada fala: franze o cenho, segura a mão da
criança com um pouco mais de força, aperta o passo.
Seguem, desaparecem entre os transeuntes.
− Olha, pai, é ali que a vovó ficava.
Do livro Silhuetas (Editora Calamares).
https://www.editoracalamares.com.br/
https://conformitatisosor.wordpress.com/
0 comentários:
Postar um comentário