Deslizo pelas entrelinhas do que escrevo,
Embora saiba que no momento você talvez não consiga me ler.
Lembro-me das paisagens e dos lugares que nunca chegamos a conhecer e,
Como num parque de diversões fechado para obras,
Enterro-me nos castelos de sonhos que construímos para nós.
Releio cartas que pensei em te enviar,
Mas percebo que foram escritas com sumo de limão,
Invisível a ti,
Como inaudível a ti é agora minha voz.
E deixo-me arrastar pelo moinho,
Quixote sem Rocinante,
Riobaldo sem sertão,
Riacho sem ribeirão,
Até me tornar pó, fim do grão.
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