chora o céu de setembro
pelos trabalhadores desempregados
pelo massacre dos porongos
há tanto tempo comemorado
pelos índios exterminados
por atrapalhar o agronegócio
por todo o lixo depositado
embaixo dos tapetes de luxo
chora o céu de setembro
pelos moradores de rua
pelo poeta abandonado
que morreu nos braços da chuva
pela devastação da amazônia
pela censura à manifestação artística
pela fome que voltará ao subúrbio
por todo ódio que interrompe a vida
chora, oh céu de setembro
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