a chuva do indigente
é morto o homem que
não nos pertencia,
o que esperava sobre
as telhas de uma casa
e perdeu todas as
coisas que tinha
as roupas do corpo,
a terra em nada lavrada
mas nós não
julgávamos seus ossos brancos
que receberam a
chuva do indigente
mas temos a bondade
de nos esquecer deles
e de toda a carne
que nos escondiam
e quando uma mulher
ou um rapaz
vir buscar a notícia
de um homem sumido
ele será uma coisa
que jamais terá existido –
um nome apregoado em
voz estrangeira.
Do livro Ferro. Impressões de Minas, 2016.
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