À noite, quando tudo
é tão difuso,
E um vulto, na
neblina, bate à porta,
Indago-me, entre
cético e confuso,
Se seria a
Esperança, que conforta.
A batida é firme; e
forte, meu intruso,
Aquele que o meu
sossego corta.
Ignora o porquê de
eu ser recluso,
Logo agora, que nada
mais importa.
Como ave de rapina,
desde Poe,
Crocitando dos
umbrais, insuportável,
Saqueando solidões,
um vil pirata,
Também esta, para
quem um dia amou,
Exibe o seu caráter
implacável:
É a última que
morre, mas me mata.
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