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terça-feira, 2 de maio de 2017

ORIGAMI


Em qualquer papel que se dobra,
A vida surge em dobro:
Na imagem desdobrada,
Na palavra do avesso.

E em cada avesso do verso,
A nova forma se abre:
Um diamante agarrado
No solitário-papel.

E assim a joia-obra
Em palavras se desdobra,
No estojo de tantas rimas
Onde o poeta as guarda.

É um artesão renitente
O poeta do origami:
A cada nova rasura,
Surge outra dobradura.

Fundem-se, então, os ofícios:
Ourives poeta artesão
Colhendo rascunhos, ranhuras,
Trazendo-os na palma da mão.


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Tatiana Alves
Tatiana Alves é poeta, contista e ensaísta. Participou de diversos concursos literários, tendo obtido vários prêmios. É colaboradora da Revista Samizdat, já tendo escrito para os sites Anjos de Prata, Cronópios, Germina Literatura e Escritoras Suicidas. É filiada à APPERJ, à Academia Cachoeirense de Letras e à AEILIJ. Possui nove livros publicados. É Doutora em Letras e leciona Língua Portuguesa e Literatura no CEFET / RJ.

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