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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Chuveirinho

A firmeza de suas carnes é inversamente proporcional à lassidão do caráter. Jussara trai sem dó e se orgulha disso.

Beija Rodrigo bem assim: passeando pelo lóbulo da orelha, boca, dobras e protuberâncias mais sensíveis do rapaz. Simula gosto na arte de amar, quando se serve ao marido. 

Generosa, dá-se com disposição e sem economia, disposta a satisfazer o cliente consorte (palavra justa para definir o corno azarado). Ele fica até bobo de contente. Eu já vi.

O casamento teve propósito financeiro. Ju uniu-se ao primeiro e único namorado para ascender na fazenda. Por conta disso, zela o tesouro do casamento. E zela da própria polpa, conservando a formosura.

Que ninguém nos ouça, mas aquela mulher nunca se entrega completamente ao esposo. Com ele, só representa deleites e orgasmos — cada qual mais falsete que o outro. O coitado acredita que aquilo é intimidade, amor e paixão. Confia na fidelidade da donzela com quem se uniu.

Ela merece a medalha da perfídia domiciliar!

Conheço toda a verdade porque o amante poderoso sou eu, Lorenzetti. Às esconsas, trancadita comigo no banheiro, Juju se entrega ao meu potente jorro morno e morre de prazer.


Maria Amélia Elói

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